O homem arcaico e a sacralização da terra: conjecturas geográficas e evocações filosóficas a propósito do documentário “Seo Chico, um retrato”, de José Rafael Mamigonian

Autores

  • Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro

Resumo

O artigo tenta avaliar o conteúdo geográfico em um documentário cinematográfico sobre as fortes mudanças que, a partir de 1960, se vêem produzindo na ocupação da Ilha de Santa Catarina. Seo Chico, a personagem central, representa o enorme esforço de permanência no padrão açoreano de subsistência através da pesca, de uma lavoura arcaica e de incipientes agro-indústrias tais como os alambiques de cachaça de cana-de-açúcar e moinhos de farinha de mandioca. Basicamente a abordagem é um pretexto para focalizar a possível relação entre Ciência (Geografia) e Arte (Cinematografia) desde que a primeira visualiza o espaço através das “paisagens” e a segunda assenta na sucessão de “imagens”. Nesta difícil missão o autor recorre à Filosofia como mediadora nessa possível correlação. A obstinação de Seo Chico em perseguir uma “permanência” num avançado processo de “mudanças” assume dimensões trágicas com o assassinato da personagem, fato que resulta, ao mesmo tempo, tanto na ampliação do valor geográfico, quanto no conteúdo estético do documentário.

Biografia do Autor

Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro

Graduação em Bacharel e Licenciatura em Geografia e História pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (1950) , especialização em Geografia Física e Geologia Dinâmica pela Faculté des Scienses (1953) , doutorado em Geografia pela Universidade de São Paulo.

Mais informações: Currículo Lattes - CNPq.

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Publicado

2007-01-01

Edição

Seção

Artigos