Movimentos pendulares para trabalho e estudo: estratégias metodológicas a partir dos censos demográficos de 2000 e 2010

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1982-5153.2019v34n73p33

Resumo

Os movimentos da população no espaço constituem um processo social ligado à estruturação urbana e regional. Esses movimentos resultam das transformações sociais, políticas e econômicas, mas também influenciam a organização da sociedade no espaço. Nesse contexto, os movimentos pendulares são uma expressão da mobilidade cotidiana e estão relacionados às diferentes formas de apropriação do espaço urbano e regional. O objetivo desse texto é apresentar orientações metodológicas para análise dos movimentos pendulares para trabalho e estudo, a partir de informações dos Censos Demográficos brasileiros de 2000 e 2010, dada a sua relevância para os estudos demográficos, urbanos e regionais. Portanto, a metodologia adotada consiste em uma sistematização operacional para tratamento dos microdados censitários referentes aos movimentos pendulares.

Biografia do Autor

Érica Tavares, Universidade Federal Fluminense

Professora Adjunta do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional, Ambiente e Políticas Públicas da Universidade Federal Fluminense (UFF Campos). Doutora em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ).

Jéssica Monteiro, Universidade Federal do Espírito Santo

Professora de Geografia da Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC/RJ) e Prefeitura Municipal de São João da Barra. Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Referências

ALVES, F.; LANGE, W.; BONAMINO, A. (2010). "A Geografia Objetiva de Oportunidades Educacionais na Cidade do Rio de Janeiro". In: RIBEIRO, L. C. de Q.; KOSLINSKI, M. C.; ALVES, F.; LASMAR, C. (Orgs.) Desigualdades urbanas, desigualdades escolares. Rio de Janeiro: Letra Capital: Observatório das Metrópoles: IPPUR/UFRJ.

BAENINGER, R. (1998). Deslocamentos populacionais, urbanização e regionalização. Revista Brasileira de Estudos Populacionais. Brasília, 15 (2), p. 67-78.

BEAUJEU-GARNIER, J. (1980). Geografia da população. São Paulo: Companhia Editora Nacional.

BOURDIEU, P. (1997). "Efeitos do Lugar". In: BOURDIEU, P., A Miséria do Mundo. Petrópolis: Ed. Vozes. p. 159-166.

BRAGA, F.; MATOS, R. (2017). Quem são os migrantes das metrópoles? Uma análise comparativa das pessoas que entraram e saíram das regiões metropolitanas brasileiras. Revista de Geografia e Ordenamento do Território (GOT). n.º 11, p. 59-81.

BRITO, F. (2009). As migrações internas no Brasil: um ensaio sobre os desafios teóricos recentes. Texto para discussão nº 366. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar.

CUNHA, J. M. P. (2002). Urbanización, redistribución espacial de la población y transformaciones socioeconómicas en América Latina. Santiago de Chile: CELADE-FNUAP, Serie Población y Desarrollo (30).

CUNHA, J. M. P.; JAKOB, A. A. E.; JIMENEZ, M. A.; TRAD, I. L. (2006). Expansão metropolitana, mobilidade espacial e segregação nos anos 90: o caso da RM de Campinas. In: CUNHA, J. M. P. (Org.). In: Novas Metrópoles Paulistas: população, vulnerabilidade e segregação. 1ed. v. 1. Campinas: Editora da Unicamp.

CUNHA, J. M. P.; STOCO, S.; DOTA, E. M.; NEGREIROS, R.; MIRANDA, Z. A. I. (2013). A mobilidade pendular na Macrometrópole Paulista: diferenciação e complementaridade socioespacial. Cadernos Metrópole. São Paulo, v. 15, n. 30, pp. 433-459.

GALSTER, G. C.; KILLEN, S. P. (1995). The Geography of Metropolitan Opportunity: A Reconnaissance and Conceptual Framework. Housing Policy 6, N.1: 1995. p. 7-43.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). (2002). Censo Demográfico 2000: Documentação dos Microdados da Amostra. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). (2012). Censo Demográfico 2010: Educação e deslocamento. Resultados da amostra. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. ISSN 0104-3145.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). (2012). Censo Demográfico 2010: Resultados da amostra. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2010. Disponível em: http://censo2010.ibge.gov.br/resultados. Acesso em: 13 jul. 2015.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). 2019. Agência de Notícias. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/fa76b81a7089b4f92d2af2b04394f12f.pdf; https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/24705-ibge-define-tamanho-dos-questionarios-do-censo-2020. Acesso em 11 jun. 2019.

JARDIM, A. P. (2011). Reflexões sobre a mobilidade pendular. In: OLIVEIRA, L. A. P.; OLIVEIRA, A. T. R. Reflexões sobre os Deslocamentos Populacionais no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, Estudos e Análises 1.

KAZTMAN, R. (1999). Activos y Estructuras de Oportunidades: un estudio sobre las raíces de la vulnerabilidad social en Uruguay (Coordinador). CEPAL/UNDP: Uruguay.

LAGO, L. C. (2007). A “periferia” metropolitana como lugar do trabalho: da cidade-dormitório à cidade plena. Cadernos IPPUR. Rio de Janeiro, UFRJ, ago/dez.

LEE, E. S. (1980). Uma teoria sobre a migração. In: MOURA, H. A. de (Coord.). Migração interna: textos selecionados. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil.

LIMA, W. M. (2015). Novas mobilidades, espaço de vida e desempenho escolar: o caso dos estudantes de ensino médio no município de Natal – RN. Dissertação de Mestrado. Natal, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

LOBO, C. (2016). Mobilidade pendular e a dispersão espacial da população: evidências com base nos fluxos com destino às principais metrópoles brasileiras. Caderno de Geografia, v.26, n.45. p. 285-298.

MOURA, R.; BRANCO, M. L. G. C.; FIRKOWSKI, O. L. C. F. (2005). Movimento Pendular e Perspectivas de Pesquisas em Aglomerados Urbanos. São Paulo em Perspectiva, v. 19, n. 4, p. 121-133.

MOURA, R. (coord.). (2009). Movimento pendular da população na Região Sul. Observatório das Metrópoles: Relatório de atividades, março/2009. Disponível em: http://www.observatoriodasmetropoles.net/images/abook_file/pendular_sul.pdf. Acesso em: 12 jun. 2018.

MOURA, R.; DELGADO, P.; COSTA, M.A. (2013). Movimento pendular e políticas públicas: algumas possibilidades inspiradas numa tipologia dos municípios brasileiros. In BOUERI, R.; COSTA, M. A. (ED.). (2013). Brasil em Desenvolvimento. Estado, planejamento e políticas públicas. V. 3, cap. 22. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília: Ipea.

OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES. (2017). Banco de Dados do Movimento Pendular nos Municípios Brasileiros 2000 e 2010. Disponível em:

https://drive.google.com/drive/folders/1t6cTYNWeYKyo1Y0s5DmOTanDTD0KgU7x?usp=sharing. Acesso em: 12 jun. 2019.

OLIVEIRA, A. T. R. (2011). Abordagens teóricas a respeito do fenômeno migratório. In: OLIVEIRA, L. A. P.; OLIVEIRA, A. T. R. Reflexões sobre os Deslocamentos Populacionais no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, Estudos e Análises 1.

PEREIRA, R. H. M. (2006). Polarização urbana e mobilidade da população: O caso dos deslocamentos pendulares na rede pública de ensino médio do Distrito Federal. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 15., Caxambu. Anais... Belo Horizonte: ABEP, 2006. p. 1-18.

PEREIRA, R. H. M.; HERRERO, V. (2009). Mobilidade pendular: uma proposta teórico-metodológica. IPEA. Texto para Discussão, n. 1.395. Rio de Janeiro: Ipea, mar. 2009. Disponível em: http://goo.gl/Kz6f2Z. Acesso em 15 ago. 2017.

RIGOTTI, J. I. R. (2008). A (re) distribuição espacial da população brasileira e possíveis impactos sobre a metropolização. In: XXXII ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 32., Caxambu. Anais... ANPOCS, 2008, p. 1-26.

RODRIGUEZ, J. (2011). La ampliación de la centralidad histórica em Santiago de Chile. São Paulo: Cadernos Metrópole, vol. 13, n. 25, p. 45-68.

SANTOS, M. (2014). Metamorfoses do Espaço Habitado: Fundamentos Teóricos e metodológicos da geografia. 6. ed. 2. reimp. - São Paulo: EDUSP.

SILVA, E. T. (2013). Estrutura urbana e mobilidade espacial nas metrópoles. Rio de Janeiro: Letra Capital.

SINGER, P. (1977). Economia Política da Urbanização. São Paulo: Brasiliense, 4ª edição.

SISTEMA DE SELEÇÃO UNIFICADA (SISU). (2016). Conhecendo o SISU. Disponível em: http://sisu.mec.gov.br/tire-suas-duvidas#conhecendo. Acesso em: 28 fev. 2016.

TAVARES, E. (2012). Estrutura urbana e movimentos populacionais intrametropolitanos. In: XVIII ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 18., Águas de Lindóia. Anais.... Águas de Lindóia: ABEP, 2012, p. 1-21.

TAVARES. J. M. S. (2016). Movimentos Pendulares de Estudantes na Região Norte Fluminense. Dissertação de Mestrado. Campos dos Goytacazes, Universidade Federal Fluminense (UFF).

TAVARES, E.; TAVARES, J. M. S. (2014). Movimentos Pendulares de Estudantes no Norte Fluminense: o papel de Campos dos Goytacazes. In: II SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO, 2., Florianópolis. Anais... Florianópolis: PPGPGP, 2014. p. 1-19.

URRY. J. (2007). Mobilities. Cambridge: Polity Press.

WOOD, C. H. (1982). Equilibrium and historical – structural perspectives on migration. International Migration Review, 16 (2): p. 298-318.

Downloads

Publicado

2019-12-06

Edição

Seção

Artigos