Travessias e itinerários que fazem o “ser” ribeirinho sertanejo no baixo Rio São Francisco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1982-5153.2020v35n74p375

Resumo

O artigo apresenta os sentidos de Ser Ribeirinho Sertanejo. A construção dessas significações decorreu da convivialidade expressa no relacionamento com o rio e com o sertão. Apresentamos como referencial de investigação empírica o baixo curso do rio São Francisco inserido no domínio das terras semiáridas, entre os estados de Alagoas e Sergipe. Neste processo investigativo, recorremos à entrevista semiestruturada, buscando envolver as terras, as águas e as gentes que caracterizam e dão singularidade a um ambiente socioeconômico, cultural e identitário marcado pela profunda interação do homem com a natureza. Essa interação se dá pelas práticas cotidianas e pelas relações de pertencimento que caracterizam os sentidos de ser-no-mundo e de ser ribeirinho sertanejo.

Biografia do Autor

Cícero Bezerra da Silva, Universidade Federal de Sergipe, Programa de Pós-Graduação em geografia

Doutorando e Mestre  em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe, Licenciado em Geografia pela Universidade Estadual de Alagoas, especialista em Metodologia do Ensino de Geografia, pela Universidade Candido Mendes. Desenvolve pesquisa principalmente nos seguintes tema: cultura, identidade e pertencimento, lugar e território-territorialidades.

Maria Augusta Mundim Vargas, Universidade Federal de Sergipe, Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGEO/UFS)

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1974), mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe (1988) e doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1999).Atualmente é professora do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO); . Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Análise Regional e Geografia Cultural. Coordena o grupo de pesquisa Sociedade & Cultura atuando principalmente nos seguintes temas: cultura, territorio, sustentabilidade, meio ambiente, agricultura familiar.

Referências

AB’SABER, Aziz Nacib. Sertões e Sertanejos: uma geografia humana sofrida. In: Estudos Avançados. Dossiê Nordeste Seco, São Paulo: Centro de Estudos Avançados, v. 13, n. 36, 1999.

ALMEIDA, Maria Geralda de. Geografia Cultural: um modo de ver. Goiânia: Gráfica UFG, 2018.

ALMEIDA, Maria Geralda de. Etnogeografia do Brasil Sertanejo. In: SERPA, Ângelo (Org.). Espaços culturais: vivências, imaginações e representações [online]. Salvador: EDUFBA, 2008.

ALMEIDA, Maria Geralda de. Fronteiras, Territórios e Territorialidades. Revista da ANPEGE, N.2. 2005, p.103-114.

ANDREOTTI, Giuliana. “Anti-paesaggio”. In CAMPIONE, C.; FARINELLI, F.; SANTORO, C. (Orgs.) Scritti per Alberto Di Blasi. Bologna: Pàtron, 2006.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Olhares Cruzados Sobre um Rio e Suas Gentes. In: LEAL, Alessandra Foneca; BORGES, Mariestela Corrêa (Orgs.). Etnocartografias do Rio São Francisco: comunidades tradicionais ribeirinhas do Norte de Minas Gerais. Uberlândia: EDUFU, 2013.

CARLOS, Ana Fani Alesssandri. O Lugar no/do Mundo. São Paulo: Hucitec, 2007.

CHAGAS, Ivo das. Eu Sou o Rio São Francisco. Montes Claros – MG: Ed Unimontes, 2014.

CASTELLS, Manuel. O Poder da Identidade. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CLAVAL, Paul. A Volta do Cultural na Geografia. Mercator, ano 1, n°1, 2002.

CRUZ, Valter do Carmo. Itinerários Teóricos Sobre a Relação Entre Território e Identidade. In: BEZERRA, Amélia Cristina Alves; ARRAIS, Tadeu Alencar. (Orgs.). Itinerários Geográficos. Niterói: EdUFF, 2007.

CUNHA, Maria das Graças Campolina; BORGES, Maristela Corrêa. Cultivando Culturas Populares: os arranjos e rearranjos dos grupos de cultura popular com estratégia de re-existência. In: LEAL, Alessandra Foneca; BORGES, Mariestela Corrêa (Orgs.). Etnocartografias do Rio São Francisco: comunidades tradicionais ribeirinhas do Norte de Minas Gerais. Uberlândia: EDUFU, 2013.

DARDEL, Eric. O Homem e a Terra: a natureza da realidade geográfica. São Paulo: Perspectiva, 2015.

FONTES, Luiz Carlos da Silveira. O Rio São Francisco Após as Grandes Barragens. In: LUCAS, Ariovaldo Antonio Tadeu; AGUIAR NETTO, Antenor de Oliveira (Orgs.). Águas do São Francisco. São Cristóvão – SE: UFS, 2011.

HALL, Stuart. Identidade Cultural na Pós-Modernidade. 11ª ed. Rio de Janeiro: Imprensa do Brasil, 2004.

HAESBAERT, Rogério. As Armadilhas do Território. In: SILVA, José Borzacchiello da; SILVA, Cícero Nílton Moreira da; DANTAS, Eustógio Wanderley Correia (Orgs.). Território: modo de pensar e usar. Fortaleza: Edições UFC, 2016.

MARANDOLA JR., Eduardo. Lugar Enquanto Circusntancialidade. In: MARANDOLA JR.; HOLZER, Werther; OLIVEIRA, Lívia de (Orgs.). Qual o Espaço do Lugar?. São Paulo: Perspectiva, 2014.

MENDES, Jeisa Flores; ALMEIDA, Maria Geralda de. Identidade, Lugar e Território nas Representações do Sertão da Ressaca – Bahia. Geonordeste, ano XX, n.1, 2009.

MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

MONTEIRO, Carlos Augusto de Figueiredo. Depoimentos Reflexivos: sobre a produção de um geógrafo brasileiro da segunda metade do século XX. Arapiraca - AL: EdUneal, 2013.

MORAES, Antonio Carlos Robert. O Sertão: um “outro” geográfico. Terra Brasilis, Rio de Janeiro, anos iii – iv, n. 4-5, 2002-2003.

NOGUEIRA, Amélia Regina Batista. Uma Interpretação Fenomenológica na Geografia. In: X Encontro de Geógrafos da América Latina. Anais. São Paulo: EGAL, 2005.

OLIVEIRA, Lívia de. Ainda Sobre Percepção, Cognição e Representação em Geografia. In: MENDOÇA, Francisco; KOZEL, Salete. (org.). Elementos de Epistemologia de Geografia Contemporânea. Curitiba: Ed. Da UFPR, 2002.

PAULA, Andréa Maria Narciso Rocha de. O Sertão é Uma Espera Enorme: a comunidade da Barra do Pacuí. In: COSTA, João Batista de Almeida; OLIVEIRA, Cláudia Luz de (Orgs.). Cerrado, Gerais, Sertão: comunidades tradicionais nos sertões roseanos. São Paulo: Intermeios, 2012.

PFAU, Luisa. Viagem Pelas Margens do Rio São Francisco. In: LUCAS, Ariovaldo Antonio Tadeu; AGUIAR NETTO, Antenor de Oliveira (Orgs.). Águas do São Francisco. São Cristóvão – SE: UFS, 2011.

PIERSOM, Donald. O Homem no Vale do São Francisco. Rio de Janeiro: SUVALE, 1972. Tomo I.

ROSA, Guimarães. Grande Sertão: veredas. 20ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

SOUZA, Ângela Fagna Gomes de. A Paisagem Sanfranciscana: nuances e cenários de ontem e de hoje. Revista da Ampege, n. 23, v. 14, 2018, p. 80-119.

SOUZA, Ângela Fagna. Ciclos de vida nos lugares das águas: as ilhas do rio São Francisco em Pirapora/MG. In: João Batista de Almeida Costa; Claudia Luz de Oliveira. (Org.). Cerrado, Gerais, Sertão: comunidades tradicionais nos sertões roseanos. São Paulo: Intermeios, 2012.

SOUZA, Ângela Fagna; BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Paisagem, Identidade e Cultura Sanfranciscana: sujeitos e lugares das comunidades tradicionais localizadas no entorno e nas ilhas do médio rio São Francisco. Geo UERJ, n. 23, v.2, 2012, p. 01-13.

SOUZA, Marcelo Lopes de. Os Conceitos Fundamentais da Pesquisa Sócio-espacial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

TUAN, Yi-Fu. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. Londrina: Eduel, 2013.

VARGAS, Maria Augusta Mundim. Sustentabilidade Cultural e as Estratégias de Desenvolvimento do Baixo São Francisco. In: ALMEIDA, Maria Geralda; RATTS, Alecsandro JP. (Orgs.). Geografia: leituras culturais. Goiânia: Alternativa, 2003.

VARGAS, Maria Augusta Mundim. Desenvolvimento Regional em Questão: o Baixo São Francisco revisitado. São Cristóvão – SE: UFS, 1999.

Downloads

Publicado

2020-04-09

Edição

Seção

Artigos