Emancipações distritais e o grau de desenvolvimento humano municipal em Minas Gerais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1982-5153.2020v35n74p64

Resumo

Após a aprovação da Constituição Federal de 1988, verificou-se no Brasil uma corrida emancipacionista distrital em quase todas as unidades federativas. Em Minas Gerais foram mais de cem municípios criados. Para aferir o grau de sucesso das emancipações mineiras, utilizou-se o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) referente aos anos de 2000 e 2010, distribuídos conforme mesorregião geográfica. Observou-se, no período em análise, que em vários municípios recém-criados o nível de desenvolvimento humano não apresentou diferenciações das condições experimentadas pelos municípios-mãe (de origem). Em alguns, os municípios recém-criados apresentaram queda no nível de desenvolvimento em relação aos municípios-mãe.

Biografia do Autor

Marcos Antônio Nunes, Fundação João Pinheiro

Doutorado em Geografia e Organização do Espaço, pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (2017); mestrado na mesma área de concentração daquele Instituto (2001); graduação em Geografia - bacharel e licenciado - pelo mesmo instituto da Universidade Federal de Minas Gerais (1993 e 1995), respectivamente. Pesquisador C&T na Diretoria de Informação Territorial e Geoplataformas da Fundação João Pinheiro (Escola de Governo Prof. Paulo Neves de Carvalho); coordenou e assessorou o Setor de Geografia do Instituto de Geoinformação e Tecnologia (IGTEC) da SECTES; coordenou o projeto endogovernamental financiado pela FAPEMIG: "Diagnóstico socioambiental da bacia do Mucuri"; ex-bolsista da FAPEMIG. Ex-professor substituto do curso de Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais. Ex-professor do Programa de Formação, Qualificação e Capacitação dos Servidores (Curso Gestão Ambiental) da Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho, da Fundação João Pinheiro. Lecionou na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, no curso de Turismo; lecionou na Universidade Fumec nos cursos de Turismo e Ciência da Computação; no Centro Universitário Newton Paiva lecionou nos cursos de Turismo, Geografia e Comércio Exterior; lecionou nas Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo, no curso de Geografia. Lecionou vários anos a disciplina de geografia na rede particular e pública de Belo Horizonte. A sua linha de pesquisa tem se pautado na área de geografia humana e regional, desenvolvimento econômico e geo-história, com participação no grupo de pesquisa Geografia Aplicada do IGC/UFMG. Tem produzido artigos e apresentado trabalhos em congressos sobre o tema "Emancipações e criação de municípios no Brasil", em Minas Gerais e outros estados

Carlos Fernando Ferreira Lobo, Instituto de Geociências - UFMG

Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Bolsista de estágio pós-doutoral sênior do CNPq em Demografia no NEPO/UNICAMP. É Professor associado do Departamento de Geografia do IGC/UFMG. Também é subcoordenador do Programa de Pós-graduação em Geografia do Instituto de Geociências da UFMG. Credenciado nos Programas de Pós-Graduação em Geografia, em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais do IGC/UFMG e em Geotecnia e Transportes da Escola de Engenharia da UFMG. É líder do grupo de pesquisa intitulado Geografia Aplicada, reconhecido pela UFMG e cadastrado no CNPq. Foi chefe do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais, editor-chefe da Revista Geografias/UFMG e pesquisador bolsista FAPEMIG. Atua preferencialmente na subárea de "Geografia da População", especialmente nas linhas de pesquisa migrações/mobilidade espacial da população e Geografia dos Transportes, incluindo a utilização de métodos quantitativos aplicados a análise espacial.

Ricardo Alexandrino Garcia, Instituto de Geociências - UFMG

Professor do departamento de Geografia do Instituto de Geociências (IGC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordena, desde 2010, o Laboratório de Estudos Territoriais (LESTE/IGC/UFMG); foi o Coordenador do Programa de Pós-graduação em Geografia (2015-2019), sub-coordenou o programa de Pós-graduação em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais (2013-2015), sub-chefiou o departamento de Geografia (2014-2015) e foi o diretor do Instituto Casa da Glória (Eschwege) entre 2010 e 2013, todos vindulados ao IGC/UFMG; é o editor chefe do Cadernos do Leste (1679-5806), editor da revista Geografias (1808-8058), revisor de diversos periódicos científicos e lidera o grupo de pesquisa em Geografia Aplicada (CNPq). Possui mestrado (2000) e doutorado (2002) em Demografia pela UFMG e graduação em Psicologia (1995) pela USP. Tem experiência de pesquisa em geografia regional, métodos de análise regional e desenvolvimento econômico; geografia aplicada, distribuição espacial das atividades econômicas e regionalização; teoria e métodos quantitativos, modelos estocásticos, multivariados e espaciais, e modelagem de sistemas, geoprocessamento e modelos espacialmente explícitos; projeção populacional, com ênfase nos modelos de componentes da dinâmica demográfica e de pequenas áreas; distribuição espacial da população, movimentos populacionais e migração. Vem publicando e orientando, ultimamente, diversos trabalhos acadêmicos nas áreas da Geografia Econômica, Planejamento Urbano e Regional, Ciências Ambientais, Demografia e Economia Regional.

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Publicado

2020-04-09

Edição

Seção

Artigos