Mapeamento temático na análise da paisagem: bacia hidrográfica do Rio Urussanga, Santa Catarina, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5007/1982-5153.2020v35n75p418Resumo
Desde o início do século XVI, o desenvolvimento de atividades antrópicas em território brasileiro tem provocado a fragmentação da formação florestal original, processo que ocorreu na bacia hidrográfica do rio Urussanga. Nesse contexto, foi definido o objetivo do estudo que consiste em analisar a dinâmica espaçotemporal da paisagem da bacia hidrográfica para identificar as mudanças na cobertura florestal. Para tanto, foram utilizadas imagens orbitais do sistema sensor Landsat (5 – sensor TM e 8 – sensor OLI) – dos anos de 1986, 2001 e 2016. Os mapas temáticos obtidos no processamento das imagens geraram os dados que permitiram analisar a dinâmica espaçotemporal do uso e cobertura da terra na bacia hidrográfica do rio Urussanga entre os anos de 1986 e 2016. A análise foi subdividida em dois períodos – 1986 a 2001 e 2001 a 2016. Os resultados mostraram que, em ambos os períodos analisados, a cobertura florestal (classe Vegetação Arbórea - Arbustiva) apresentou redução espacial na bacia. Dentre as classes de uso e cobertura da terra que apresentaram expansão territorial, nos períodos analisados, tem-se as classes Área Urbanizada e Massa de Água. Os resultados analisados apontaram a evolução da rizicultura e a urbanização dos municípios. Conclui-se que os mapas temáticos elaborados representam a dinâmica de transformação da paisagem na bacia hidrográfica. São documentos que poderão encaminhar o plano de bacia e servir de base para que o comitê possa desenvolver ações de sensibilização com relação ao uso e ocupação do território e a importância do recurso hídrico às organizações sociais.
Referências
ADAMI, R. M.; CUNHA, Y. M. Caderno do educador ambiental das bacias dos rios Araranguá e Urussanga. 2.ed. Blumenau: Fundação Agência da Água do Vale do Itajaí, 2014.
BRASIL. Justiça Federal. 1ª Vara Federal de Criciúma, SC. Processo nº 2000.72.04.002543-9. Autor: Ministério Público Federal. Réu: Nova Próspera Mineração S.A. e outros. Recuperação dos passivos ambientais decorrentes da mineração de carvão no sul do Estado de Santa Catarina. Primeiro relatório de monitoramento dos indicadores ambientais. Criciúma, 2007.
BRASIL. Justiça Federal. 1ª Vara Federal de Criciúma, SC. Processo nº 2000.72.04.002543-9. Autor: Ministério Público Federal. Réu: Nova Próspera Mineração S.A. e outros. Recuperação dos passivos ambientais decorrentes da mineração de carvão no sul do Estado de Santa Catarina. Terceiro relatório de monitoramento dos indicadores ambientais. Criciúma, 2009.
BRASIL. Justiça Federal. 1ª Vara Federal de Criciúma, SC. Processo nº 2000.72.04.002543-9. Autor: Ministério Público Federal. Réu: Nova Próspera Mineração S.A. e outros. Recuperação dos passivos ambientais decorrentes da mineração de carvão no sul do Estado de Santa Catarina. Décimo relatório de monitoramento dos indicadores ambientais. Criciúma, 2016.
CONTO, D.; DIAS, A. O.; PEREIRA, J. L.; LADWIG, N. I.; MENEGASSO, J. D. Análise temporal da cobertura arbórea/arbustiva da bacia hidrográfica do Rio Urussanga – SC. In: ANAIS DO 2º CONGRESSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL DO SUL DO BRASIL, 16 e 17 de novembro de 2017, Lages: UDESC, 2017, s. p.
COUTINHO, L. M.; ZANETTI, S. S.; CECÍLIO, R. A.; GARCIA, G. O.; XAVIER, A. C. Usos da Terra e Áreas de Preservação Permanente (APP) na Bacia do Rio da Prata, Castelo-ES. Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, v. 20, n. 4, p. 425-434, out./dez 2013.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL. DNPM. Cadastro Mineiro. Disponível em: http://www.dnpm.gov.br/assuntos/ao-minerador/cadastro-mineiro. Acesso em: 13 out. 2017.
DIAS, A. de O. Degradação ambiental da bacia do Alto Vale do Rio Linha Anta - Criciúma/SC no período de 1950 – 2007. 2008. Monografia (Especialização em Geografia com Ênfase em Estudos Regionais) – Curso de pós-graduação Especialização em Geografia com Ênfase em Estudos Regionais, Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, Criciúma.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Sistema de Produção e Informação, 1992.
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA E EXTENSÃO RURAL DE SANTA CATARINA S. A. – EPAGRI. Arroz irrigado: sistema pré-germinado. Florianópolis: EPAGRI, 2002.
GIREE, N.; STEHMAN, S. V.; POTAPOV, P.; HANSEN, M. C. A Sample-Based Forest Monitoring Strategy Using Landsat, AVHRR and MODIS Data to Estimate Gross Forest Cover Loss in Malaysia between 1990 and 2005. Remote Sensing, n. 5, p. 1842-1855, 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Agropecuário 1920/2006. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/263. Acesso em: 12 out. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1288. Acesso em: 12 out. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 1950/2010. Disponível em: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=6&op=1&vcodigo=CD91&t=populacao-situacao-domicilio-populacao-presente-residente. Acesso em: 10 ago. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual técnico da vegetação Brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.
LADWIG, N. I.; DAGOSTIM, V.; BACK, A. J. Análise da paisagem da região carbonífera do Estado de Santa Catarina, Brasil, realizada com imagens de satélite. Revista Raega, Curitiba, v. 43, p. 93-107, Fev/2018.
LEITE, M. E.; FERREIRA, M. F. F. Análise Espaço-Temporal do Uso da Terra na Bacia Hidrográfica do Rio Tabuas, Norte de Minas Gerais, com Aplicação das Geotecnologias. Revista Brasileira de Geografia Física, Recife/PE, v. 06, n. 02, p. 184-194, 2013.
LIMA, G. C.; SILVA, M. L. N.; CURI, N.; SILVA, M. A.; OLIVEIRA, A. H.; AVANZI, J. C.; UMMUS, M. E. Avaliação da cobertura vegetal pelo índice de vegetação por diferença normalizada (IVDN). Ambi-Agua, Taubaté, v. 8, n. 2, p. 204-214, 2013.
LOURENÇO, R. W.; CUNHA E SILVA, D. C.; SALES, J. C. A. Elaboração de uma metodologia de avaliação de fragmentos de remanescentes florestais como ferramenta de gestão e planejamento ambiental. Revista Ambiência, Guarapuava (PR), v. 10, n. 3, p. 685-698, Set/Dez. 2014.
MANGABEIRA, J. A. C.; AZEVEDO, E. C.; LAMPARELLI, R. A. C. Avaliação do levantamento do uso das terras por imagens de satélite de alta e média resolução espacial. Comunicado técnico 11. Campinas (SP): EMBRAPA, 2003.
PONCIANO, T. A; FARIA, K. M; SIQUEIRA, M. N; CASTRO, S. S. Fragmentação da cobertura vegetal e estado das Áreas de Preservação Permanente de canais de drenagem no Município de Mineiros, Estado de Goiás. Revista Ambiência, Guarapuava-PR, v. 11, n. 3, p. 545-561, set./dez. 2015.
PRESA, J. B. “O arroz no espigão e o milho no banhado”: Programa PROVÁRZEAS – o desenvolvimento de uma política pública e o cultivo do arroz em municípios da bacia do rio Araranguá. 2011. Dissertação (Mestrado em História) - Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Florianópolis.
RESCK, B. C. Avaliação de diferentes métodos de classificação de imagem IKONOS para mapeamento do uso e cobertura terrestre. 2009. Monografia (Bacharelado em Geografia) – Departamento de Geografia, Universidade Federal de Viçosa – UFV, Viçosa.
SAITO, N. S.; MOREIRA, M. A.; SANTOS, A. R.; EUGENIO, F. C.; FIGUEIREDO, Á. C. Geotecnologia e Ecologia da Paisagem no Monitoramento da Fragmentação Florestal. Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p. 201–210, abr./jun. 2016.
SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação. Secretaria de Estado do Planejamento. Conhecendo Santa Catarina. Florianópolis: 2008.
SEABRA, V. da S.; CRUZ, C. M. Mapeamento da dinâmica da cobertura e uso da terra na bacia hidrográfica do rio São João, RJ. Revista Sociedade & Natureza, Uberlândia (MG), v. 25, n. 2, p. 411-426, mai/ago/2013.
SILVA, J. S.; SILVA, R. M. da.; SILVA, A. M. Mudanças do uso e ocupação do solo e degradação eco-ambiental usando imagens orbitais: o estudo de caso da bacia do rio Bacanga, São Luís (MA). Revista Brasileira de Geografia Física, Recife/PE, v. 09, n. 01, p. 265-279, 2016.
SIMBANGALA, M. S.; CÁMARA, B. L. C.; VILLANUEVA, L. C.; MARTÍNEZ, Ó. F.; TORRES, D. V.; MAYO, R. R.; HERNÁNDEZ, M. E. O. Using object-oriented image analysis to map and monitor land cover change in the Region Costa Maya, México: 1993-2010. Revista Investigaciones Geográficas, Chile, n. 50, p. 33-50, 2015.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO – SOSBAI. XXIX Reunião Técnica da Cultura do Arroz Irrigado. Arroz Irrigado: Recomendações Técnicas da Pesquisa para o Sul do Brasil. Itajaí, SC: SOSBAI, 2012.
SOUSA, D. G.; MINCATO, R. L.; KAWAKUBO, F. S. Análise multitemporal do uso da terra utilizando imagens Landsat-5 TM da região de Alfenas, Sul de Minas Gerais, visando a conservação de fragmentos florestais. Revista Brasileira de Geografia Física, Recife/PE, v. 08, n. 05, p. 1482-1492, 2015.
SOUZA, C. G.; ZANELLA, L.; BORÉM, R. A. T.; CARVALHO, L. M. T.; ALVES, H. M. R.; VOLPATO, M. M. L. Análise da fragmentação florestal da Área de Proteção Ambiental Coqueiral, Coqueiral – MG. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 24, n. 3, p. 631-644, jul.-set. 2014.
SOUZA JR, C. M.; SIQUEIRA, J. V.; SALES, M. H.; FONSECA, A. V.; RIBEIRO, J. G.; NUMATA, I.; COCHRANE, M. A.; BARBER, C. P.; ROBERTS, D. A.; BARLOW, J. Ten-Year Landsat Classification of Deforestation and Forest Degradation in the Brazilian Amazon. Remote Sensing, n. 5, p. 5493-5513, 2013.
THOMÉ, V. M. R.; ZAMPIERI, S. L.; BRAGA, H. J.; PANDOLFO, C.; SILVA JÚNIOR, V. P.; BACIC, I. L. Z.; LAUS NETO, J. A.; SOLDATELI, D.; GEBLER, E. F.; DALLE ORE, J. A.; ECHEVERRIA, L. C. R.; RAMOS, M. G.; CAVALHEIRO, C. N. R.; DEEKE, M.; MATTOS, J. F.; SUSKI, P. P. Zoneamento Agroecológico e Socioeconômico do Estado de Santa Catarina. Florianópolis: Epagri, 1999, v. 1000. CD-ROOM.
TREIN, H. A. A implicação antrópica na qualidade dos Recursos Hídricos subterrâneos da bacia hidrográfica do rio Urussanga – SC. 2008. Tese de Doutorado (Doutorado em Geociências e Meio Ambiente), Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.