Caracterização e análise da declividade das trilhas do Parque Nacional da Tijuca: subsídios para a gestão da visitação

Autores

  • Leonardo Boquimpani-Freitas Programa de Pós-Graduação em Geografia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) https://orcid.org/0000-0002-1788-8048
  • Nadja Maria Castilho da Costa Departamento de Geografia Física - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) https://orcid.org/0000-0002-0528-0078
  • Rodrigo Arsolino Pereira Parque Nacional da Tijuca - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)

DOI:

https://doi.org/10.5007/1982-5153.2020v35n75p556

Resumo

Um dos mais importantes impactos biofísicos resultantes da visitação em áreas protegidas é a erosão e a perda de solos, que está relacionada com a pluviosidade e com a declividade das trilhas do local, dentre outros aspectos. No presente trabalho utilizamos ferramentas de geoprocessamento para estimar a declividade de trilhas do Parque Nacional da Tijuca, correlacionando esta informação com possíveis impactos sobre a erosão do solo e com o sistema de graduação de dificuldade de trilhas da unidade. Nossos dados mostraram que as trilhas do Parque Nacional da Tijuca apresentam em geral declividades bastante superiores ao que a literatura considera sustentável, bem como mostraram que as classes de dificuldade, ao contrário do esperado, não apresentam correlação com a declividade de trilhas. 

Biografia do Autor

Leonardo Boquimpani-Freitas, Programa de Pós-Graduação em Geografia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Analista Ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, lotado no Parque Nacional da Tijuca. Atualmente está afastado para cursar o Doutorado em Geografia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, pesquisando trilhas em Unidades de Conservação.

Nadja Maria Castilho da Costa, Departamento de Geografia Física - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutora em Geografia e Professora do Instituto de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e coordenadora do Grupo de Estudos Ambientais/GEA-UERJ, cadastrado no Diretório de Pesquisa do CNPq. Atua na área temática de geociências, com destaque para as seguintes sub-áreas: Análises ambientais em unidades de conservação, biogeografia, educação ambiental e geoconservação/geoturismo.

Rodrigo Arsolino Pereira, Parque Nacional da Tijuca - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)

Técnico em gestão da informação do Setor de Uso Público do Parque Nacional da Tijuca, tendo anteriormente atuado no Núcleo de Geotecnologias da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Labgis/UERJ)

Referências

ALBERTA TOURISM PARKS AND RECREATION. Alberta recreation corridor and trails classification. Edmonton, 2009. Disponível em: http://www.albertatrailnet.com/downloads/Rec Corridors Trail Classification Manual.pdf. Acesso em 14 mar.2019.

ARIAS, A. Overview of existing walking trail classification systems. Melbourne, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15505-2: Turismo com atividades de caminhada. Parte 2: Classificação de percursos. Rio de Janeiro, RJ, 2008.

BALLANTYNE, M.; PICKERING, C. M. The impacts of trail infrastructure on vegetation and soils: Current literature and future directions. Journal of Environmental Management, v. 164, p. 53–64, 2015.

BOTELHO, R. G.; OLIVEIRA, C. DA C. DE. Literaturas branca e cinzenta: uma revisão conceitual. Ciência da Informação, v. 44, n. 3, p. 501–513, 2015.

BURNS, R. C.; MOREIRA, J. C. Visitor management in Brazil’s Protected Areas: benchmarking for best practices in resource management. The George Wright Forum, v. 30, n. 2, p. 163–170, 2013.

CANTO-SILVA, C. R.; SILVA, J. S. DA. Panorama da visitação e da condução de visitantes em Parques brasileiros. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, v. 11, n. 2, p. 347–364, 2017.

CARBONE, G. Perspectives of the tourism industry on the elements affecting visitor satisfaction in protected areas. PARKS, v. 16, n. 2, p. 53–55, 2006.

DUDLEY, N. (Org.). Guidelines for applying protected area management categories. Gland, Switzerland: IUCN, 2008.

EAGLES, P. F. J. Research priorities in park tourism. Journal of Sustainable Tourism, v. 22, n. 4, p. 528–549, 2014.

EAGLES, P. F. J.; MCCOOL, S. F.; HAYNES, C. D. Sustainable tourism in protected areas: guidelines for planning and management. Best Pract ed. Gland, Switzerland, and Cambridge, UK: IUCN, 2002.

FEMERJ. Metodologia de Classificação de Trilhas. Rio de Janeiro, RJ, 2015.

FETTER, R.; HENKE-OLIVEIRA, C.; SAITO, C. H. Técnicas de Viewshed para planejamento de trilhas de visitação em Unidades de Conservação da Natureza. Revista Brasileira de Biociências, v. 10, n. 1, p. 94–102, 2012.

FONTOURA, L. M.; MEDEIROS, R. J. DE; ADAMS, L. W. Turismo, pressões e ameaças para a conservação da biodiversidade em Parques Nacionais do Brasil e Estados Unidos. Cultur, n. 1, p. 35–53, 2016.

FRANCO, J. L. DE A.; SCHITTINI, G. DE M.; BRAZ, V. DA S. História da conservação da natureza e das áreas protegidas: panorama geral. Historiae, Rio Grande, v. 6, n. 2, p. 233–270, 2015.

FREITAS, A.; EYMARD, P.; CARNEIRO, P. Promovendo a gestão das unidades de conservação no Brasil: cenários de pessoal. Brasília, DF, 2007.

HESSELBARTH, W.; VACHOWSKI, B.; DAVIES, M. A. Trail construction and maintenance notebook. Missoula, Montana: USDA/Forest Service, 2007. Disponível em: https://www.fs.fed.us/t-d/pubs/pdfpubs/pdf07232806/pdf07232806dpi72.pdf. Acesso em 20 dez. 2018.

HOOPER, L. NPS Trails Management Book. Denver, Colorado: National Park Service, Denver Service Center, 1983.

HUGO, M. L. A comprehensive approach towards the planning, grading and auditing of hiking trails as ecotourism products. Current Issues in Tourism, v. 2, n. 2–3, p. 138–173, 1999.

IBGE. Bases cartográficas contínuas - RJ. 2018. Disponível em: ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/bases_cartograficas_continuas/bc25/rj/versao2018/. Acesso em 01 dez. 2018.

ICMBIO/PNT. Base de dados espaciais - Parque Nacional da Tijuca. 2018 Disponível em: http://parquedatijuca.maps.arcgis.com/apps/webappviewer/index.html?id=a479ebc7d2324fe1955c26a54cc70b92. Acesso em 01 dez. 2018.

ICMBIO. Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca. Brasília, 2008. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-planos-de-manejo/parna_tijuca_pm.pdf. Acesso em 27 fev. 2019.

INEA/RJ. Base de dados geoespaciais. Disponível em: https://www.arcgis.com/apps/MapSeries/index.html?appid=00cc256c620a4393b3d04d2c34acd9ed. Acesso em 01 dez. 2018.

KALS, E.; SCHUMACHER, D.; MONTADA, L. Emotional affinity toward nature as a motivational basis to protect nature. Environment and Behavior, 1999.

LEUNG, Y. et al. Tourism and visitor management in protected areas: Guidelines for sustainability. Best Pract ed. Gland, Switzerland: IUCN, 2018.

LIMA, C. DE S.; RUCHKYS, Ú. DE A. Modelagem do potencial geoturístico dos distritos do município de Ouro Preto - MG. Geosul, v. 34, n. 70, p. 463–483, 2019.

LOBO, H. A. S. et al. Método para a classificação do grau de dificuldade em roteiros espeleoturísticos. In: 31º Congresso Brasileiro de Espeleologia. 2011, Ponta Grossa. Anais. Ponta Grossa, Paraná: Sociedade Brasileira de Espeleologia, p. 181–188. 2011.

LUCENA, W. M. História do montanhismo no Rio de Janeiro. 1st. ed. Rio de Janeiro, RJ: Publit, 2006.

MALTA, R. R.; COSTA, N. M. C. DA. Gestão do uso público em unidade de conservação: a visitação no Parque Nacional da Tijuca – RJ. Revista Brasileira de Ecoturismo, v. 2, n. 3, p. 273–294, 2009.

MARION, J. L. et al. A Review and Synthesis of Recreation Ecology Research Findings on Visitor Impacts to Wilderness and Protected Natural Areas. Journal of Forestry, v. 114, n. 3, p. 352–362, 2016.

MARION, J. L.; LEUNG, Y.-F. Environmentally sustainable trail management. In: BUCKLEY, R. (Org.). Environmental impacts of ecotourism. [S.l.]: CAB International, 2004. p. 229–243.

MARION, J. L.; WIMPEY, J. Assessing the influence of sustainable trail design and maintenance on soil loss. Journal of Environmental Management, v. 189, 2017.

MARION, J.; WIMPEY, J. Environmental impacts of mountain biking : science review and best practices. Managing Mountain Biking: IMBA’s Guide to Providing Great Riding. First ed. [S.l.]: International Mountain Bicycling Association, 2007. p. 94–111.

MCCOOL, S. F. Managing for visitor experiences in protected areas: promising opportunities and fundamental challenges. PARKS, v. 16, n. 2, p. 3–7, 2006.

MINISTRY OF FOREST. Recreation Trail Management. Recreation manual. Victoria: Ministry of Forest, British Columbia, 2000. 99 p.

MONZ, C. A. et al. Sustaining visitor use in protected areas: future opportunities in recreation ecology research based on the USA experience. Environmental Management, n. 45, p. 551–562, 2010.

OISHI, Y. Toward the improvement of trail classification in national parks using the recreation opportunity spectrum approach. Environmental Management, v. 51, n. 6, p. 1126–1136, 2013.

OLIVE, N. D.; MARION, J. L. The influence of use-related, environmental, and managerial factors on soil loss from recreational trails. Journal of Environmental Management, v. 90, n. 3, p. 1483–1493, 2009.

R CORE TEAM. R: A Language and Environment for Statistical Computing. Vienna, Austria: R Foundation for Statistical Computing. 2018

SCHMIDT, J. et al. Trail fundamentals and trail management objectives. . Washington DC, 2016.

SILVA, G. G. L. Classificação do grau de dificuldade de trilhas: uso de geotecnologias na elaboração de um modelo aplicado ao Parque Nacional do Itatiaia, Brasil. 2016. 211 f. Dissertação (Mestrado em Turismo) - Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo, 2016.

SOUZA, T. DO V. S. B. et al. Economic impacts of tourism in protected areas of Brazil. Journal of Sustainable Tourism, 2018.

THE IRISH SPORTS COUNCIL. Classification and grading for recreational trails. Dublin, 2008. Disponível em: www.irishtrails.ie/...Trails.../Trail.../Classification_Grading_of_Recreational_Trails.pdf. Acesso em 14 mar. 2019.

TOMCZYK, A. M. A GIS assessment and modelling of environmental sensitivity of recreational trails: The case of Gorce National Park, Poland. Applied Geography, v. 31, n. 1, p. 339–351, 2011.

VALLEJO, L. R. Uso público em áreas protegidas: atores, impactos, diretrizes de planejamento e gestão. In: Uso Público em Unidades de Conservação, 2013, Niterói. Anais. Niterói, RJ: Universidade Federal Fluminense, p. 13–26. 2013.

VIVEIROS DE CASTRO, E. B. Changing a Brazilian protected areas paradigm : why public use is not just optional. Journal of Park and Recreation Administration, v. 36, p. 129–140, 2018.

WRIGHT, P. A.; MATTHEWS, C. Building a culture of conservation: research findings and research priorities on connecting people to nature in Parks. PARKS, v. 21, n. 2, p. 11–24, 2015.

XAVIER-DA-SILVA, J. O que é Geoprocessamento? Revista do Crea-RJ, p. 42–44, 2009.

ZAR, J. H. Biostatistical analysis. 4th. ed. EnglewoodCliffs, NJ: Prentice-Hall, 1999.

Downloads

Publicado

2020-06-09

Edição

Seção

Artigos