A ocupação dos sertões no século XVIII. O caso do oeste baiano

Resumo

O texto que segue objetiva apresentar, sob o aporte da Cartografia Histórica, dados e análises que revelem, no século XVIII, a incipiente ocupação do atual Oeste baiano, naquele tempo uma região genericamente tratada como "sertões" assim como todo o território interior ainda carente de um efetivo povoamento pelo agente colonizador. A primeira seção faz análise do tempo e espaço estudado, desenvolve a seguir uma avaliação comparada entre os sertões e litoral tomando como referenciais a ocupação e o uso do espaço e, após apresentar uma breve evolução político-administrativa de alguns municípios da região, o texto trata da parca ocupação do Oeste baiano setecentista à luz das incipientes formações urbanas lá estabelecidas (vilas, povoados, pousos, aldeias) que exerciam o papel de “chaves” do território – núcleos de uma dispersa rede que sediavam o poder político-administrativo sobre vastos termos – notadamente no tocante ao controle sobre os caminhos de gado ou para as minas. Na última seção escreve-se sobre a configuração espacial da margem esquerda do rio São Francisco a partir da observação crítica de mapas da cartografia histórica. Este escrito procura revelar eventos e assim dar visibilidade a um conhecimento histórico mais amplo sobre a configuração do atual espaço brasileiro e baiano.