A dinâmica regional da economia das charqueadas e a prática do futebol nas cidades de Pelotas e Rio Grande (RS)

Autores

  • Patrícia Volk Schatz Universidade Federal de Santa Catarina
  • Carlos José Espíndola Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

DOI:

https://doi.org/10.5007/2177-5230.2018v33n69p12

Resumo

Este artigo visa identificar as relações entre a dinâmica regional da economia das charqueadas e o desenvolvimento da prática do futebol nas cidades de Pelotas e Rio Grande (RS). Pretende-se destacar a influência de países vizinhos, do capital industrial e da aristocracia no processo de formação de uma economia local e na própria difusão de práticas futebolísticas. Este esporte conheceu diferentes vias de introdução no Brasil que são explicadas, em parte, pelas relações econômicas estabelecidas com outros países. O Rio Grande do Sul apresenta algumas combinações que elucidam a disseminação pioneira do futebol, principalmente na região sul do estado. As cidades de Pelotas e Rio Grande formaram o maior polo econômico e demográfico da região sul do Brasil entre meados do século XIX e começo do XX, estabelecendo relações comerciais com os países do rio da Prata, atraindo imigrantes europeus e capital inglês. A cidade de Pelotas, localizada entre a Campanha gaúcha e o porto de Rio Grande, se tornou a capital da aristocracia do charque que financiou a emergência de novos espaços de sociabilidade como teatros, cafés e clubes. O futebol compreendido como uma prática europeia moderna é gradativamente incorporado pela elite pelotense. Neste mesmo sentido, é a economia do charque que torna o porto de Rio Grande no maior do Brasil meridional, atraindo investimentos estrangeiros nas atividades portuárias, fabris e em infraestrutura. A colônia inglesa da cidade se reunia em clubes e praticava o futebol, compartilhando-o também com os trabalhadores alemães. A atividade portuária em Rio Grande, as charqueadas na cidade de Pelotas e a influência platina são fatores que concorreram na formação dos primeiros clubes de futebol e ligas regionais no final do século XIX e inicio do XX. Assim, visando compreender as relações entre a dinâmica geográfica e histórica das cidades de Pelotas e Rio Grande com a dispersão do esporte bretão o texto recorrerá metodologicamente à revisão bibliográfica e documental.

Biografia do Autor

Patrícia Volk Schatz, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestre em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Carlos José Espíndola, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Professor de Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

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Publicado

2018-11-28