Polo naval e offshore de Rio Grande: da formação ao princípio da decadência

Autores

  • Ricardo Borges da Cunha Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Aldomar Arnoldo Rückert Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.5007/2177-5230.2019v34n70p239

Resumo

A formação do Polo Naval Offshore de Rio Grande envolve um conjunto de processos, políticos econômicos e sociais. A elaboração de programas de expansão da frota de apoio às operações da Petrobras foi fundamental para o lançamento das políticas nacionais para o setor naval. Entretanto foi a descoberta do pré-sal que a indústria naval expandiu para diferentes regiões do país, como nos município de Rio Grande e São José do Norte. A instalação de 4 estaleiros, destinados a construção e manutenção de plataformas de petróleo  e navios de apoio naval, impactaram em todo estado do Rio Grande do Sul. A construção do maior dique-seco da América-latina consolidou a região no cenário nacional de produção naval. Entretanto alterações nas políticas do setor decretou a falência da construção naval na região, gerando a imediata redação na mão de obra e abandono das estruturas construídas.

Biografia do Autor

Ricardo Borges da Cunha, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutorando do Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

Aldomar Arnoldo Rückert, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Professor Doutor no Departamento de Geografia e nos programas de pós-graduação em Geografia e em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pesquisador CNPq.

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Publicado

2019-03-25

Edição

Seção

Artigos