Estimativa do impacto do comércio Brasil-China sobre o trabalho por nível de qualificação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2177-5230.2020v35n77p581

Resumo

O objetivo da pesquisa foi estimar o efeito do comércio Brasil-China em geração de horas de trabalho por qualificação e identificar os setores com maiores impactos. Os resultados mostraram que no período 1995-2009 as relações entre os países modificaram-se com a tendência de o Brasil exportar produtos primários para a China e adquirir produtos com maior valor agregado e tecnologia. A consequência deste fenômeno foi que a balança comercial positiva do ano de 2009 em 4,7 bilhões de dólares para o Brasil apresentou saldo negativo de geração de trabalho em 520 milhões de horas, principalmente de média qualificação. Os setores do Brasil com maior geração de trabalho em 2009 por exportações para a China foram Agropecuária (1778 milhões de horas) e Extrativismo mineral (644 milhões de horas). Na China, temos os setores Produtos Elétricos e ópticos (1474 milhões de horas de trabalho geradas por exportações para o Brasil), Têxtil (561 milhões de horas) e Máquinas (249 milhões de horas).

Biografia do Autor

Willian Fabrício Arboléya-Lopes, Universidade Estadual de Londrina

Mestrando em Economia Regional da Universidade Estadual de Londrina

Umberto Antonio Sesso Filho, Universidade Estadual de Londrina

Engenheiro, Mestre e Doutor em Economia Aplicada - ESALQ/USP Professor da Universidade Estadual de Londrina

Emerson Guzzi Zuan Esteves, Universidade Estadual de Londrina

Economista, mestre e doutor em Economia, professor da Universidade Estadual de Londrina

Referências

ABREU, Marcelo de Paiva (org). A Ordem do Progresso: Dois Séculos de Política Econômica no Brasil. Brasil: Elsevier, 2015.

ABREU, Marcelo de Paiva. Comércio exterior: interesses do Brasil. Brasil: Elsevier, 2007.

BITTENCOURT, Mauricio Vaz Lobo; LARSON, Donald W.; KRAYBILL, David L. A Liberalização comercial e os impactos regionais sobre a pobreza e a distribuição de renda no Brasil. Brasil, 2008.

CARMO, Alex Sander Souza do; BITTENCOURT, Maurício Vaz Lobo; RAIHER, Augusta Pelinski. A competitividade das exportações do Brasil e da China para o Mercosul: evidências para o período 1995-2009. Brasil: Nova Economia, v. 24, n. 3, p. 587-607, 2014.

SIQUEIRA, Tagore Villarim. Comércio internacional: oportunidades para o desenvolvimento regional. Brasil, 2006.

M Fujita, PR Krugman, AJ Venables. The spatial economy: cities, regions and international trade. Cambridge, MA: MIT press, 1999.

GIAMBIAGI, Fabio; VILLELA, André Arruda. Economia brasileira contemporânea. Brasil: Elsevier, 2011.

GUILHOTO, Joaquim José Martins. Análise de insumo-produto: teoria e fundamentos. Brasil, 2011.

IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Conceitos e Definições. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pnad_continua/primeiros_resultados/analise01.shtm. Acesso em: 20/05/2017.

LEMOINE, Francoise; UNAL, Deniz. China's Foreign Trade: A “New Normal”. China & World Economy, v. 25, n. 2, p. 1-21, 2017.

MAIA, Katy. Os impactos do comércio internacional, da mudança tecnológica e da demanda final na estrutura de emprego no Brasil, 1985-1995. Economia aplicada, v. 7, n. 2, p. 327-357, 2003.

MILLER, Ronald E.; BLAIR, Peter D. Input-output analysis: foundations and extensions. Cambridge University Press, 2009.

MILLER, Stephen M.; UPADHYAY, Mukti P. The effects of openness, trade orientation, and human capital on total factor productivity. Journal of development economics, v. 63, n. 2, p. 399-423, 2000.

NEIVA, Leonardo José Feitosa; HALIK, Aline Roberta; FALCÃO, Maurin Almeida. Desenvolvimento: Uma análise a partir do Comércio Internacional e do Capital Humano. Teresina: FSA. 2016.

PASSIN, Jorge Antonio Bozoti. Impactos da abertura chinesa sobre o comércio internacional (1998-2006). Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 14, n. 29, 2008.

PAUTASSO, Diego. O lugar da China no comércio exterior brasileiro. Meridiano 47, v. 11, n. 114, p. 28, 2010.

POPKOVA E SUCHODOLOV, Elena G.; SUKHODOLOV, Yakov A. Foreign Trade as a Factor of Economic Growth: Russian-Chinese Foreign Trade Cooperation. Switzerland: Springer, 2017.

PUGA, Fernando. A inserção do Brasil no comércio mundial: o efeito China e potenciais de especialização das exportações. Visões do desenvolvimento. Rio de Janeiro: BNDES, 2005.

PUGA, Fernando. Por que crescem as exportações brasileiras. Visões do desenvolvimento. Rio de Janeiro: BNDES, 2006.

RICARDO, David. Princípios de economia política e tributação. V. 1. São Paulo: Nova Cultural, 1996. 318p.

SCHMIDT FILHO, Ricardo. Uma perspectiva schumpeteriana/estruturalista do padrão de competitividade internacional brasileiro: 1985-2007. Curitiba, 2011.

SCHMIDT FILHO, Ricardo; BITTENCOURT, Mauricio Vaz Lobo. O perfil tecnológico das exportações brasileiras: uma análise prospectiva para o período 1985-2004. Revista Economia & Tecnologia, v. 6, n. 3, 2010.

SESSO FILHO, U. A.; RODRIGUES, R. L.; MORETTO, A. C.; BRENE, P. R. A.; LOPES, R. L. Decomposição estrutural da variação do emprego no Brasil, 1991-2003. Economia Aplicada, v. 14, p. 99-123, 2010.

SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre a natureza e suas causas. Volume 1. São Paulo: Nova Cultural, 1996. 479p.

Marcel Timmer; Abdul A. Erumban; Reitze Gouma; Bart Los; Umed Temurshoev; Gaaitzen J. de Vries; I–aki Arto; Valeria Andreoni AurŽlien Genty; Frederik Neuwahl; JosŽ M. Rueda; Cantuche, Joseph. The world input-output database (WIOD): contents, sources and methods. Institute for International and Development Economics, 2012.

WIOD. World Input-output Database. Acesso em 20/05/2017. Disponível em http://www.wiod.org

WOOD, Adrian. How trade hurt unskilled workers. The Journal of Economic Perspectives, v. 9, n. 3, p. 57-80, 1995.

WOOD, Adrian. Openness and wage inequality in developing countries: the Latin American challenge to East Asian conventional wisdom. The World Bank Economic Review, v. 11, n. 1, p. 33-57, 1997.

Downloads

Publicado

2020-12-07