Estado e mercado na reforma da governança corporativa chinesa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2177-5230.2020v35n77p349

Resumo

Depois de um longo período de exclusão do debate econômico, o estrondoso sucesso da transformação estrutural da China voltou a colocá-la no centro do debate. Na base de tal sucesso, está o processo de reforma econômica, que teve como um dos seus eixos a modernização da governança corporativa das empresas estatais (SOEs). O objetivo do artigo foi discutir as diretrizes de tal modernização e como esta se articula com o Sistema Partido-Estado. Para atingir o objetivo proposto, discutiu-se instituições, governança corporativa moderna e a reforma da governança das SOEs chinesas. Conclui-se que mesmo considerando a opacidade de certas relações informais na governança das SOEs, algumas evidências parecem apontar para efetividade da reforma na melhoria da performance e atração de capitais delas.

Biografia do Autor

Leonardo Bispo de Jesus Júnior, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Doutor em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (2015). Mestre em Economia (2009) e Bacharel em Ciências Econômicas (2006) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Estágio Pós-Doutoral no Programa de Pós-Graduação em Economia (PPGE) da UFBA. Atualmente é professor Adjunto I, em regime de dedicação exclusiva, da Faculdade de Economia da UFBA e Pesquisador da Unidade de Estudos Setoriais (UNES-UFBA). Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Microeconomia, Organização Industrial e Estudos Industriais, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Indústria em Rede, Política Industrial, Instalações Essenciais, Regulação Econômica, Legislação Antitruste e Governança Corporativa.

Hamilton De Moura Ferreira Júnior, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Doutor em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (1994). Mestre em Economia (1982) e Bacharel em Economia (1978) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente é Professor Associado IV, em regime de dedicação exclusiva, da Faculdade de Economia da UFBA e Coordenador da Unidade de Estudos Setoriais (UNES-UFBA). Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Organização Industrial e Estudos Industriais, atuando principalmente nos seguintes temas: teoria da firma, arranjo produtivo local, economia da sáude e economia regional.

Mauro Borges Lemos, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Doutor em Economia pela University of London, Inglaterra (1993); Mestre em Economia (1985) e Bacharel em Ciências Econômicas (1977) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Brasil; Pós-Doutorado - Université de Paris XI, França (2003); Pós-Doutorado - University of Illinois, Estados Unidos (2002). Atualmente é professor Titular Aposentado da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Desenvolvimento Econômico; Economia Regional e Urbana; Economia Industrial e da Tecnologia.

Referências

ACEMOGLU, D.; ROBINSON, J. Why nations fail: the origins of power, prosperity and poverty. New York: Crown, 544 p., 2012.

AGLIETTA, M. Shareholder value and corporate governance: some tricky questions. Economy and Society, London, v. 29, n.1, pp. 146-159, 2000.

ARTHUR, W. B. Competing Technologies and lock-in by historical events: the dynamics of allocation under increasing returns, Stanford University, CEPR, Discussion Paper, 1985.

BERNSTEIN, P. Capital ideas evolving. New Jersey: John Wiley & Sons, Inc., 282f., 2007.

BUSH, P. D. The theory of institutional change. Journal of Economic Issues, 21(3), 1075-1116, 1987.

CEPAL. Transformación productiva con equidad: la tarea prioritaria del desarrollo de América Latina y el Caribe en los años noventa, Santiago de Chile, Organización del Naciones Unidas, 1990.

CHANG, H. Institutions and economic development: theory, policy and history. Journal of Institutional Economics, 7: 4, 473–498, 2011.

CHARREAUX, G; DESBRIÈRES, P. Corporate governance: stakeholder value versus Shareholder value, Journal of Management and Governance, v. 5, n. 2, pp. 107-128, 2001.

CHAVANCE, B. Ownership transformation and system change in China, Revue de la régulation. 2017. Disponível em: http://regulation.revues.org/12298. Acesso em: 15.07.2020.

CHINA Statistical Yearbook. Peoples Republic of China. National Bureau of Statistics. 2000-2019. Available at: http://www.stats.gov.cn/tjsj/ndsj/2019/indexeh.htm, Acess: 15.08.2020.

DEQUECH, D. Some institutions (social norms and conventions) of contemporary mainstream economics, macroeconomics and financial economics. Cambridge Journal of Economics, v. 41, p. 1627-1652, 2017.

DIAMOND, S. F. The PetroChina syndrome: regulating capital markets in the anti-globalization era. Cornell Law Faculty Working Papers. Paper 11, 2003.

DOSI, G. Institutions and markets in a dynamic world. The Manchester School, vol. LVI, n. 2. Reimpresso em: DOSI, G. Innovation, organization and economic dynamics: selected essays. Cheltenhand, UK: Edward Elgar, 2000.

FAMA, E. F. Efficient capital markets: a review of theory and empirical work. The Journal of Finance. Cambridge, v. 25, p.383-417, May 1970.

FORTUNE Global 500. CNN Money. 2015. Available at: http://money.cnn.com/magazines/fortune/global500. Acess: 10.08.2020.

GAO, P. Economic reform in China: problems and future prospects. Graduate Student Theses, Dissertations & Professional Papers. 5149, 1988.

JABBOUR, E. M. K. Projeto nacional, desenvolvimento e socialismo de mercado na China de hoje. São Paulo, 2010. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

JENSEN, M. C. Some anomalous evidence regarding market efficiency. Journal of Financial Economics, Rochester, New York, v.6, n.1, p. 95-101, 1978.

JENSEN, M. C.; MECKLING, W. H. Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, v. 3, n. 4, pp. 305-360, oct. 1976.

KERSTENETZKY, J. A natureza da firma contemporânea: o problema da governança corporativa à luz da história do pensamento econômico. Econômica, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 209-238, 2007.

LAZONICK, W. Corporate governance, innovative enterprise, and economic development. UNU World Institute for Development Economics Research (UNU-WIDER). Research paper n. 71. 2006. Available at: http://www.wider.unu.edu/publications/rps/rps2006/rp2006-71.pdf. Acess: 01 set. 2013.

LAZONICK, W.; O’SULLIVAN, M. Maximizing shareholder value: a new ideology for corporate governance. Economy and Society, v. 29, n. 1, pp. 13-35, 2000.

LIN, K. J.; LU, X.; ZHANG, J.; ZHENG, Y. State-owned enterprises in China: A review of 40 years of research and practice, China Journal of Accounting Research, v. 13, n. 1, pp. 31-55, 2020.

LIN, L. (2013). State ownership and corporate governance in China: an executive career approach ([forthcoming in 2013]) 3, Colum Bus L Ver, 743, 2013.

LO, D. State-qwned enterprises in chinese economic transformation: institutional functionality and credibility in alternative perspectives, Journal of Economic Issues, 54:3, 813-837, 2020.

NOGUEIRA, I. Estado e capital em uma China com classes. Revista de Economia Contemporânea, v. 22, p. 1-23, 2018.

NORTH, D. Transaction costs, institutions, and economic performance. Occasional papers - International Center for Economic Growth, n. 30, 1992.

NORTH, D. C. Institutions. Journal of Economic Perspectives, 5, 97–112, 1991.

POLANYI, K. A grande transformação. 2ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.

POMAR, W. O enigma chinês. 2 ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2015.

PWC. Global top 100 companies. 2020. Available at: http://www.pwc.com. Acess: 02 ago. 2020.

SINGH, Ajit. Du plan au marché: la réforme maîtrisée en Chine. In: Tiers-Monde, tome 35, n°139, 1994. L'ouverture hétérodoxe: politiques et réformes économiques pour les années 90 (sous l'égide de la CNUCED) pp. 659-684, 1994.

SINGH, Ajit; SINGH, Alaka; WEISSE, B. Corporate governance, competition, the new international financial architecture and large corporations in emerging markets. 2002. Available at: http://www.cbr.cam.ac.uk/pdf/WP250.pdf. Acess: 25 mar. 2014.

SOUZA, R. Estado e capital na China. Salvador: EDUFBA, 2008, 285 p. ISBN 978-85-232-2002-0. Available at: https://doi.org/10.7476/9788523220020. Acess: 25.06.2020.

STRACHMAN, E. (2002). Instituições: uma caracterização crítica. Revista Economia da ANPEC, Niterói-RJ, v. 3, n.1, p. 113-157, 2002.

TISDELL, C. Thirty years of economic reform and openness in China: retrospect and prospect. Working papers in the series, Economic Theory, Applications and Issues, are published by the School of Economics, University of Queensland, 4072, Australia, 2008.

WANG, J.; TANG, C. H. Mixed ownership reform and corporate governance in China’s state-owned enterprises, Forthcoming, 53 VAND. J. TRANSNAT’L L, 2020.

WILLIANS, K. From shareholder value to present-day capitalism. Economy and Society, v.29, n.1, pp. 1-12, 2000.

WU, Y. Rethinking capitalist restoration in China. Monthly Review, New York, v. 57, n. 6, p. 44-63, nov. 2005.

ZHANG, Y. Economic system reform in China. WIDER Working Papers (1986-2000) 1989/055. Helsinki: UNU-WIDER., 1989.

Downloads

Publicado

2020-12-07