O diferencial de rendimentos no meio rural brasileiro entre as famílias pluriativas, agrícolas e não agrícolas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2177-5230.2023.e82102

Palavras-chave:

Pluriatividade, Disparidade de Renda, Rural, Brasil

Resumo

Este artigo tem como objetivo verificar os condicionantes do diferencial de rendimentos entre as famílias pluriativas, agrícolas e não agrícolas no meio rural brasileiro. Foram utilizados, como base, os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2014, por meio do método não paramétrico de Ñopo (2008). Os resultados evidenciaram que as famílias pluriativas ganham aproximadamente 64% a mais do que as famílias agrícolas e cerca de 6% a menos do que as famílias não agrícolas. Os resultados econométricos reforçaram a existência de disparidades de rendimentos em benefício das famílias pluriativas (0,1169 Lnw) em relação às famílias agrícolas, e diferenciais de renda negativo (-0,0647 Lnw) para a pluriatividade, comparados à atividade não agrícola.

Biografia do Autor

Cícero Francisco de Lima, Universidade Federal do Ceará

Doutor em Economia Rural, Programa de Pós-Graduação em Economia Rural da Universidade Federal do Ceará Universidade Federal do Ceará (PPGER/UFC),

Erivelton de Souza Nunes, Universidade Federal do Ceará Universidade Federal do Ceará

Doutorando em Economia Rural, Programa de Pós-Graduação em Economia Rural da Universidade Federal do Ceará Universidade Federal do Ceará (PPGER/UFC).

Filipe Augusto Xavier Lima, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Doutorado em Extensão Rural, Professor do Programa de Pós-Graduação em Economia Rural da Universidade Federal do Ceará (PPGER/UFC).

Referências

BLINDER, A. S. Wage discrimination: reduced form and structural estimates. Journal of Human Resources, Evanston, n. 8, p. 436–455, 1973.

BRITTO, A. M.; WALTENBERG, F. D. É atrativo tornar-se professor do Ensino Médio no Brasil? Evidências com base em decomposições paramétricas e não paramétricas. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 44, n.1, p. 5-44, jan. - mar. 2014.

CARNEIRO, M. J. T. Camponeses, agricultores e pluriatividade. Rio de Janeiro: Contracapa, 1998.

CARNEIRO, M. J. T. Do rural e do urbano: uma nova terminologia para uma velha dicotomia ou a reemergência da ruralidade? In: Anais do II Seminário sobre o Novo Rural Brasileiro. Campinas, 2001.

COSTA, R. A.; COSTA, E. M.; MARIANO, F. Z. Diferenciais de rendimentos nas áreas rurais do Brasil. Revista de Política Agrícola, v. 25, n. 4, p. 112-135, 2016.

CRUZ, M. P. M. Composição entre atividades agrícolas e não-agrícolas no meio rural brasileiro: efeitos sobre os diferenciais de rendimentos e sobre a segurança alimentar. 2019. 73 f. Dissertação (Mestrado em Economia Rural) - Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019.

DEL GROSSI, M. E. et al. Diferencial de renda entre ocupações no meio rural brasileiro. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 39, 2001, Recife. Anais do XXXIX Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural. Recife: SOBER, 2001. p. 142.

DOS ANJOS, F. S. Pluriatividade e desenvolvimento rural no Sul do Brasil. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v. 20, n. 1, p. 11-44, 2003.

ESCHER, F. et al. Caracterização da pluriatividade e dos plurirrendimentos da agricultura brasileira a partir do Censo Agropecuário 2006. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 52, n. 4, p. 643-668, 2014.

FERREIRA, P. C. Eficiência e produtividade total dos fatores em Minas Gerais. Ensaios Econômicos, Rio de Janeiro, n. 705, 2010. Disponível em: <http://www.fgv.br/professor/epge/ferreira/TFPMG.pdf>. Acesso em: 8 ago. 2019.

FIGUEIREDO, N. et al. Diferencial de salários no meio rural brasileiro: uma aplicação da decomposição de Oaxaca. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 46, 2008, Rio Branco. Anais do XLVI Congresso da Sociedade brasileira de Economia e Sociologia Rural. Rio Branco: SOBER, 2008.

FULLER, A. M. From part-time farming to pluriactivity: a decade of change in rural Europe. Journalof rural Studies, London, v. 6, n. 4, p. 361-373, 1990.

GRAZIANO DA SILVA, J. O novo rural brasileiro. Revista Nova Economia, v. 1, n. 7, 1999.

KAGEYAMA, A. Pluriatividade e ruralidade: aspectos metodológicos. Economia Aplicada, São Paulo, v. 2, n. 3, 1998, p. 515-551.

LIMA, J. R. F.; SANTOS, D. Efeito das rendas não-agrícolas para redução da pobreza e concentração. Revista Econômica do Nordeste, v. 40, n. 2, p. 263-282, 2009.

MACHADO, A. M. B.; CASALINHO, H. D. Crítica à pluriatividade e suas relações com o campesinato e a reforma agrária. Revista Nera, n. 17, p. 65-80, 2012.

MARIANO, F. Z. et al. Diferenciais de Rendimentos entre Raças e Gêneros, nas Regiões Metropolitanas, por Níveis Ocupacionais: uma análise através do pareamento de Ñopo. Estudos Econômicos, v. 48, n. 1, p. 137-173, 2018.

MARIANO, F. Z. et al. Diferenciais de Rendimentos entre Cor e Gêneros, nas Regiões Metropolitanas, por Níveis Ocupacionais: uma análise através do pareamento de Ñopo. Estudos Econômicos, vol.48 n.1, p. 137-173, jan.- mar. 2018.

MATTEI, L. Pluriatividade no contexto da ruralidade contemporânea: evolução histórica dos debates sobre o tema. Revista Econômica do Nordeste, v. 39, n. 3, p. 411-422, 2008.

NASCIMENTO, C. A. A pluriatividade das famílias rurais no Nordeste e no Sul do Brasil: pobreza rural e políticas públicas. Economia e Sociedade, v. 18, n. 2, p. 317-348, 2009.

NASCIMENTO, C. A. Pluriatividade e Políticas Públicas: o caso do Sul do Brasil. Revista de Economia Política, v. 27, n. 3, p. 452-471, 2007.

ÑOPO, H. Matching as a tool to decompose wage gaps. The review of economics and statistics, v. 90, n. 2, p. 290-299, 2008.

OAXACA, R. L. Male-Female Wage Differentials in Urban Labor Markets. International Economic Review, 14, 693-709. 1973.

PEREIRA, A. F. C. Impactos da pluriatividade e rendas não-agrícolas sobre a incidência de pobreza nas famílias agrícolas brasileiras. 2017. 135 f. Dissertação (Mestrado em Economia) - Centro Acadêmico do Agreste, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, 2017.

SAKAMOTO, C. S.; NASCIMENTO, C. A.; MAIA, A. G. As Famílias Pluriativas e Não Agrícolas no Rural Brasileiro: condicionantes e diferenciais de renda. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 54, n. 3, p. 561-582, 2016.

SCHNEIDER, S. A importância da pluriatividade para as políticas públicas no Brasil. Revista de política Agrícola, v. 16, n. 3, p. 14-33, 2007.

SCHNEIDER, S. A pluriatividade no meio rural brasileiro: características e perspectivas para investigação. In: GRAMMONT, H. C. e MARTINEZ VALE, L. (Org.). La pluriactividad en el campo latinoamericano.1. ed. Quito/Equador: Editora Flacso – Serie FORO, 2009, v. 1, p. 132-161.

SCHNEIDER, S. Teoria social, agricultura familiar e pluriatividade. Revista brasileira de ciências sociais, V. 18, n. 51, p. 99-122, 2003.

SCHNEIDER, S. et al. A Pluriatividade e as condições de vida dos agricultores familiares do Rio Grande do Sul. In: SCHNEIDER, S. (org.) A diversidade da agricultura familiar. Porto Alegre, RS: Editora da UFRGS, 2006. p. 137-64.

SILVA, J. G.; DEL GROSSI, M. E. O novo rural brasileiro. Campinas, Unicamp, Instituto de Economia (coleção Pesquisas, 1). 1999.

SILVA, M. C. A pluriatividade como estratégia de reprodução da agricultura familiar no município de Caçapava do Sul-RS: Um estudo de caso em cinco comunidades. 2010. 242 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Programa de Pós-Graduação em Sistema de Produção Agrícola Familiar, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2010.

SILVA, S. P. A agricultura familiar e suas múltiplas interações com o território: Una análise de suas características multifuncionais e pluriativas. Texto para Discussão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2015.

WANDERLEY, M. N. B. Olhares sobre o "rural" brasileiro. Revista Raízes, Campina Grande, v. 23, n. 1-2, jan/dez. 2004.

Downloads

Publicado

2023-09-02

Edição

Seção

Artigos