Ficções de escritores fictícios
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2014v19n2p9Resumo
O autor vem sendo objeto de estudo desde que sua existência foi reconhecida. Ao longo do tempo, seu papel na sociedade e na construção do texto literário receberam diferentes matizes. Na segunda metade do século XX, seu desaparecimento foi anunciado como necessário para que o texto se abrisse a múltiplos sentidos construídos pelo leitor. Embora a noção de autor nunca tenha se desvanecido, na literatura contemporânea podemos observar sua presença recorrente no tecido textual na forma de autores-personagens. Dentre as várias formas em que se apresenta, destacamos duas que compartilham a natureza fictícia, mas trilham caminhos bastante diferentes nos fios do texto: Eckermann, em Le Coeur de Marguerite (1999), de Vassilis Alexakis, e Émile Ajar, em Pseudo (1976), de Romain Gary. Transformado em elemento da ficção, o autor adquire novos sentidos e suscita novas reflexões sobre o que é um autor.
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