“Vozes-mulheres” do terceiro mundo - a perspectiva de Conceição Evaristo
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2015v20n1p96Resumo
Este artigo apresenta uma análise do poema “Vozes-Mulheres”, de Conceição Evaristo. As mulheres negras que compõem a família do eu-lírico são representadas pelas “vozes-mulheres”, presentes no texto em análise. O objetivo desse artigo é aplicar a teoria de Mulheres do Terceiro Mundo, evidenciado por Gayatri Spivak e desenvolvido por estudiosas indianas feministas, como Chandra Talpade Mohanty às vozes presentes no poema “Vozes-Mulheres”, de Conceição Evaristo, discutindo a voz da mulher do terceiro mundo e os estudos subalternos. A metodologia de investigação baseia-se em textos teóricos que discutem se o subalterno tem voz, e as tentativas de agência, desenvolvida por Spivak (1987), Mohanty (2003), Maggio (2007) e outros. Diante das vozes-mulheres, observamos os mecanismos de resistência do eu-lírico que luta por conquistar seu espaço na sociedade. O revide via discurso torna-se instrumento para a emancipação do eu-lírico negro, mulher. Os resultados da pesquisa mostram que a subjetividade do eu-lírico é construída desde o momento que ele descobre que a sua voz leva consigo as vozes de outras gerações e que esta voz existe e pode ser ouvida. Ao fazer uso de sua voz como intelectual, Evaristo enfoca sua condição de mulher, de negra e de origem pobre, sinalizando possibilidades de reconfiguração do papel da mulher.
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