“Vozes-mulheres” do terceiro mundo - a perspectiva de Conceição Evaristo

Autores

  • Nelci Alves Coelho Silvestre Universidade Estadual de Maringá
  • Alba Krishna Topan Feldman Universidade Estadual de Maringá

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2015v20n1p96

Resumo

Este artigo apresenta uma análise do poema “Vozes-Mulheres”, de Conceição Evaristo. As mulheres negras que compõem a família do eu-lírico são representadas pelas “vozes-mulheres”, presentes no texto em análise. O objetivo desse artigo é aplicar a teoria de Mulheres do Terceiro Mundo, evidenciado por Gayatri Spivak e desenvolvido por estudiosas indianas feministas, como Chandra Talpade Mohanty às vozes presentes no poema “Vozes-Mulheres”, de Conceição Evaristo, discutindo a voz da mulher do terceiro mundo e os estudos subalternos. A metodologia de investigação baseia-se em textos teóricos que discutem se o subalterno tem voz, e as tentativas de agência, desenvolvida por Spivak (1987), Mohanty (2003), Maggio (2007) e outros. Diante das vozes-mulheres, observamos os mecanismos de resistência do eu-lírico que luta por conquistar seu espaço na sociedade. O revide via discurso torna-se instrumento para a emancipação do eu-lírico negro, mulher. Os resultados da pesquisa mostram que a subjetividade do eu-lírico é construída desde o momento que ele descobre que a sua voz leva consigo as vozes de outras gerações e que esta voz existe e pode ser ouvida. Ao fazer uso de sua voz como intelectual, Evaristo enfoca sua condição de mulher, de negra e de origem pobre, sinalizando possibilidades de reconfiguração do papel da mulher. 

Biografia do Autor

Nelci Alves Coelho Silvestre, Universidade Estadual de Maringá

Possui Graduação em Letras - Inglês pela Universidade Estadual de Maringá (2001), Graduação em Letras - Português pela Universidade Estadual de Maringá (1994), Mestrado em Comunicação e Poéticas Visuais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1999) UNESP de Bauru - SP e Doutorado em Letras pela Universidade Estadual de Londrina. Atualmente é Professora Adjunta na Universidade Estadual de Maringá, ministrando disciplinas na área de Literaturas de Língua Inglesa, Formação de Professor e Estágio Supervisionado no curso de Letras. Tem experiência na área de Letras com ênfase em Literatura Estrangeira Moderna, atuando principalmente nos seguintes temas: Pós-colonialismo, Feminismo e Teoria Literária.

Alba Krishna Topan Feldman, Universidade Estadual de Maringá

Graduada em Letras pela Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão FECILCAM/ UNESPAR; Mestre em Letras pela UEM (Universidade Estadual de Maringá); Doutora em Letras pela UNESP, São José do Rio Preto, onde estudou obras literárias de indígenas norte-americanos. Atua como professora de língua e literaturas de língua inglesa na UEM. Coordena o projeto de pesquisa institucional Multiculturalismo sob Perspectivas Pós-Coloniais. Ministra as disciplinas de Pós-Colonialismo e Representação do Sujeito eMulticulturalismo e Diferença: Narrativas do Sujeito na área de concentração em Estudos Literários, do Programa de Pós-Graduação em Letras, Mestrado e Doutorado em Letras da UEM.

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Publicado

2015-05-21

Como Citar

ALVES COELHO SILVESTRE, Nelci; FELDMAN, Alba Krishna Topan. “Vozes-mulheres” do terceiro mundo - a perspectiva de Conceição Evaristo. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 20, n. 1, p. 96–111, 2015. DOI: 10.5007/2175-7917.2015v20n1p96. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2015v20n1p96. Acesso em: 3 dez. 2024.

Edição

Seção

Seção Temática Estudos Subalternos