Sá-Carneiro: Vontade de morte, saudade de vida

Autores

  • Maria Elvira Brito Campos Universidade Federal do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2016v21n2p79

Resumo

O presente trabalho contempla a elaboração da ideia de morte no poema "Dispersão" de Mário de Sá-Carneiro. A análise e interpretação pretendem oferecer uma leitura crítica dos aspectos inerentes à inquietação/obsessão do sujeito lírico frente ao tema apresentado. A delicadeza da poesia de Sá-Carneiro, em alguns momentos “preparatória para a morte”, permite uma visão labiríntica, embutida, condicionada à quebra de limites, o que é exemplificado em seus poemas. Daí o cotejo da ideia de morte como perpetuação de um instante, independentemente dos resultados que essa ruptura possa revelar. Assim, trazer a lume o poema Dispersão é entendê-lo como um belo exercício de observação da circularidade, do movimento, da sinuosidade, do eterno retorno. As reticências, a luminosidade, as entradas e saídas em estados de alma controversos, tudo isso constitui a rápida duração da vida do poeta, enquanto sua poesia, como tecelãs de um puzzle que estamos sempre tentando montar, continua a nos entreter, um século após ser escrita, imortalizando o poeta que tanto se recusou a viver.

 

Biografia do Autor

Maria Elvira Brito Campos, Universidade Federal do Piauí

Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (1989), mestrado em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portug pela Universidade de São Paulo (1999), doutorado em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portug pela Universidade de São Paulo (2003) e Pós-doutorado pela Universidade de Coimbra (2013). Atualmente, é professora adjunta da Universidade Federal do Piauí. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa.

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Publicado

2016-12-06

Como Citar

CAMPOS, Maria Elvira Brito. Sá-Carneiro: Vontade de morte, saudade de vida. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 21, n. 2, p. 79–88, 2016. DOI: 10.5007/2175-7917.2016v21n2p79. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2016v21n2p79. Acesso em: 4 out. 2024.

Edição

Seção

Dossiê "Mário de Sá-Carneiro: Eu-próprio o Outro: 100 anos depois"