Sujeito imortal, sujeito interpassivo: a ambiguidade da personagem épica
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2017v22n2p107Resumo
Transcendendo as potencialidades humanas, o animal humano atinge o status de imortal quando resiste e supera a si mesmo. Assim ocorreu com os mártires cristãos e também com os arquétipos da épica universal. Para Badiou (2002), a imortalidade, em síntese, consiste na atitude do homem que se torna sujeito diante de um evento, ou seja, que, a partir de um momento de epifania, entrega-se à verdade do acontecimento ímpar, sendo convocado a uma fidelidade. Por outro lado, para além do processo de imortalidade, o conceito de interpassividade, exposto a partir dos estudos de Slavoj Žižek (2006) e da sua leitura da obra lacaniana, desvenda outra face para as personagens épicas, uma vez que os heróis das epopeias agem por obra dos deuses olímpicos; mesmo aparentando uma personalidade ativa, as personagens não agem por livre e espontânea vontade, mas para cumprir os planos pré-estabelecidos pelas divindades. Pretende-se, neste artigo, refletir sobre a dialogia sujeito imortal X sujeito interpassivo, apontando marcas de ambos os domínios no mundo épico.
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