A infância nas canções de Chico Buarque: da fantasia ao abandono
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2018v23n2p46Resumo
O cancioneiro de Chico Buarque apresenta um número considerável de canções que tratam do universo infantil, material ainda pouco estudado de maneira sistemática pela fortuna crítica do compositor. Nossos esforços, nesse artigo, serão direcionados para a análise das duas proposições frequentes na obra do compositor, no que diz respeito à presença da infância em sua obra. No primeiro caso, há uma forte marca do universo da fantasia e do sonho, no qual a infância é vista como um locus amoenus, uma espécie de paraíso perdido. Em contraste à esta proposição, nota-se na obra do compositor a presença da infância por meio dos seus infortúnios, a pobreza e o abandono. Correspondendo à primeira perspectiva, serão analisadas as letras das canções “Até pensei”; “João e Maria”; “Maninha”; “Doze anos”; “Massarandupió”. No segundo caso, nossa análise se voltará para as imagens infantis construídas em “Pivete”; “O meu guri”; “Minha história”; “Brejo da cruz” e “Carioca”.
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