AIDS e identidade em "O tribunal da quinta-feira"
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2020v25n1p145Resumo
Este artigo apresenta uma análise da obra O tribunal da quinta-feira, de Michel Laub, publicada em 2016, com o intuito de perceber como o narrador (e protagonista) conta a sua própria história, como ela está imbricada com a própria história da AIDS no Brasil e o que as suas relações pessoais nos dizem sobre a sua identidade como homem cisheterossexual. O relato do narrador José Victor evoca uma espécie de “genealogia da AIDS” como forma de dar sentido às suas experiências de vida, em especial as sexuais. Apesar de crítico em relação à estigmatização das pessoas infectadas com o HIV e à homofobia, José não poupa as mulheres em seu entorno de discursos misóginos, disfarçados de senso de humor. Além disso, estão em foco questões como a heteronormatividade, a sociedade disciplinar e a pornografia. Para pensar as questões trazidas por essa narrativa foram utilizados principalmente os seguintes autores: Perlongher (1987), Bourdieu (1996), Foucault (1999), Sontag (2007) e Rich (2010).
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