Chica que manda ou a Mulher que inventou o mar?

Autores

  • Conceição Evaristo Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2013v18nesp1p137

Resumo

Percorrendo os registros da história oficial brasileira, observa-se a ausência de relatos que destaquem a atuação das mulheres negras em vários episódios de nossa história nacional. Caso singular é o de Francisca da Silva de Oliveira que, ao atingir o status de “objeto histórico”, se torna, entretanto, vítima de uma narrativa profundamente estereotipada. Os primeiros relatos históricos sobre Chica da Silva, determinados sempre por uma ótica masculina e branca, aparecem reeditados pelas produções literárias, cinematográfica e televisiva que, ao longo do tempo, vão surgindo sobre essa personagem negra, que marcou a história de Minas Gerais e do Brasil Colônia.  O presente ensaio traz algumas considerações em torno da criação e da recriação da imagem de Chica da Silva tendo por base textos históricos e literários. Pode-se afirmar que há certa coerência entre a representação histórica e a literária. Em ambas as modalidades, na maioria das vezes, impera um imaginário em que a mulher negra seria sedutora somente pelos seus dotes físicos sexuais. E para cotejar com as diversas versões criadas sobre Chica da Silva, trouxe para leitura o texto ficcional afro-brasileiro, Chica da Silva - a mulher que inventou o mar, de autoria de Lia Viera, buscando apreender distanciamentos e/ou aproximações da criação afro-brasileira com as narrativas anteriores a respeito de Francisca da Silva de Oliveira.

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Publicado

2013-09-02

Como Citar

EVARISTO, Conceição. Chica que manda ou a Mulher que inventou o mar?. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 18, p. 137–160, 2013. DOI: 10.5007/2175-7917.2013v18nesp1p137. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2013v18nesp1p137. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Escritas contemporâneas