Sujeito imortal, sujeito interpassivo: a ambiguidade da personagem épica

Autores

  • Míriam Zafalon Universidade Estadual de Maringá
  • Marisa Corrêa Silva Universidade Estadual de Maringá

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2017v22n2p107

Resumo

Transcendendo as potencialidades humanas, o animal humano atinge o status de imortal quando resiste e supera a si mesmo. Assim ocorreu com os mártires cristãos e também com os arquétipos da épica universal. Para Badiou (2002), a imortalidade, em síntese, consiste na atitude do homem que se torna sujeito diante de um evento, ou seja, que, a partir de um momento de epifania, entrega-se à verdade do acontecimento ímpar, sendo convocado a uma fidelidade. Por outro lado, para além do processo de imortalidade, o conceito de interpassividade, exposto a partir dos estudos de Slavoj Žižek (2006) e da sua leitura da obra lacaniana, desvenda outra face para as personagens épicas, uma vez que os heróis das epopeias agem por obra dos deuses olímpicos; mesmo aparentando uma personalidade ativa, as personagens não agem por livre e espontânea vontade, mas para cumprir os planos pré-estabelecidos pelas divindades. Pretende-se, neste artigo, refletir sobre a dialogia sujeito imortal X sujeito interpassivo, apontando marcas de ambos os domínios no mundo épico.

Biografia do Autor

Míriam Zafalon, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em Letras - Estudos Literários - pela Universidade Estadual de Maringá (2015) e mestre em Letras (2010) pela mesma instituição. Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (1991), especialização em Língua Portuguesa, descrição e ensino pela Faculdade de Jandaia do Sul (1997), especialização no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná (2008) pela Universidade Estadual de Maringá, e especialização em Mídias Integradas na Educação, pela Universidade Federal do Paraná (2011). Possui experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa e Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: Ensino da Literatura, Literatura e Mito, Metodologia e Ensino da Língua Portuguesa. 

Marisa Corrêa Silva, Universidade Estadual de Maringá

Fez graduação em Letras pela Universidade Estadual de Campinas, mestrado em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e doutorado em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem pós-doutorado na Rutgers - the State University of New Jersey. Atualmente é professor associado no Departamento de Letras da Universidade Estadual de Maringá. Sua experiência na área de Letras inclui as Literaturas brasileira e portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: Helder Macedo, narrativa contemporânea, teoria do romance, personagem feminina. Também tem publicações contemplando Teoria Literária e leituras intersemióticas. É pioneira no Brasil na aplicação sistemática do materialismo lacaniano de Slavoj Zizek e de Alain Badiou na análise literária.

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Publicado

2017-12-14

Como Citar

ZAFALON, Míriam; SILVA, Marisa Corrêa. Sujeito imortal, sujeito interpassivo: a ambiguidade da personagem épica. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 22, n. 2, p. 107–120, 2017. DOI: 10.5007/2175-7917.2017v22n2p107. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2017v22n2p107. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Pesquisadores docentes