A desconstrução da metafísica em Vozes Plurais, de Adriana Cavarero
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2021.e72079Resumo
Neste artigo, proponho descrever e comentar as configurações da ontologia vocálica da unicidade defendida por Adriana Cavarero na obra Vozes Plurais: Filosofia da expressão vocal publicada no Brasil em 2011. O interesse que Adriana Cavarero reserva à voz parte de sua crítica ao esforço metafísico em desvocalizar o logos, privilegiando a voz insonora da consciência frente à voz produzida por uma garganta de carne. Assim, a filósofa italiana defende a necessidade de recuperarmos um pensamento baseado na singularidade da voz, que acarreta a atenção a uma voz sonora e corpórea que seria, acima de tudo, essencialmente relacional. Em seguida, buscarei apresentar os elementos antagônicos entre a desconstrução de Cavarero e a proposta pelo filósofo Jacques Derrida, em especial às noções de singularidade e assinatura, caras às suas filosofias. Como veremos, a questão parece devidamente se localizar naquilo que ela e Derrida, em distinção, apontam como o elemento detentor de validade antimetafísica.
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