Oralitura e a figura mitológica de Iyá Mi Oxorongá em “Caroço de dendê”, de Mãe Beata de Yemonjá
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2021.e72747Resumo
Caroço de Dendê: a sabedoria dos terreiros: como Ialorixás e Babalorixás passam conhecimento a seus filhos (2008), cuja primeira edição data de 1997, de Mãe Beata de Yemonjá (1931-2017), é composto por 43 contos que mesclam ítãs (lendas dos Orixás) e outras estórias de terreiro, destes escolhemos três “O cachimbo de Tia Cilu”; “Iyá Mi, a mãe Ancestral” e “Conto dedicado a minha mãe, Do Carmo” que resgatam a ancestralidade das Mães feiticeiras, as Iyá Mi Oxorongás, figuras mítico-religiosas da cultura afro-brasileira. O arcabouço teórico é composto pelo conceito de Leda Martins (1997; 2003; 2007) “oralitura” bem como os estudos de Heloisa Toller Gomes (2004; 2007), Conceição Evaristo (2011) e Ana Rita Santiago (2012) ao que tange o conceito de literatura afrofeminina, uma literatura atravessada pela condição de mulher e negra e tudo a que isso implica. As iyá-mis Oxorongás são a representação e manutenção da cultura matriarcal africana e afrodiaspórica, ancestrais ímpares nas religiões de matriz africana.
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