O tempo da ironia em The Love Song of J. Alfred Prufrock, de T. S. Eliot
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2023.e92452Palavras-chave:
T. S. Eliot, Tempo, Ironia, Poesia, ModernismoResumo
O “tempo”, como tema e como elemento estruturante, é um dos aspectos centrais do poema The Love Song of J. Alfred Prufrock, de T. S. Eliot. Como tal, diversos estudiosos da obra de Eliot, como Nancy Gish e J. Hillis Miller, propuseram análises e interpretações da temporalidade na produção do poeta e em The Love Song em particular. Quanto ao poema, a crítica parece concordar quanto à forma com que o tempo aparece nele: como continuidade sem sucessão, por um lado, e como sucessão sem continuidade, por outro. Em nosso estudo, partimos dessa conclusão e procuramos conciliar o aspecto temporal de The Love Song com outro elemento central seu, a ironia. Apoiando-nos nas ideias de Søren Kierkegaard e Paul De Man, identificamos que a ironia, em especial a ironia romântica, filosofia que funda a subjetividade moderna, possui uma formulação própria da temporalidade. Para o sujeito irônico, o tempo presente é tédio ou súbito, isto é, continuidade sem sucessão e sucessão sem continuidade, respectivamente, e o passado, uma ficção, enquanto que o futuro é tido como angústia. Assim, procuramos identificar como o tratamento do tempo em The Love Song corresponde ao “tempo da ironia” através de uma análise temática e estilística de algumas passagens do poema. Concluímos pelo estudo que a temporalidade representada na obra é pautada pela desarmonia entre continuidade e sucessão do tempo e que, em consonância com a estética irônica romântica, o tempo, no poema, é composto de tédio e súbito do presente, ausência e mistificação do passado, e prorrogação e angústia do futuro.
Referências
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