Entre Dorothy e Dottie: curadoria polifônica, solidão e morte em Adriana Lunardi
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2023.e92599Palavras-chave:
Vésperas, Solidão, Morte, Curadoria Polifônica, Literatura AmericanaResumo
Na obra intitulada Vésperas (2002), a autora Adriana Lunardi traz ao leitor os últimos momentos da vida de grandes escritoras da literatura mundial, como Virginia Woolf, Dorothy Parker, Katherine Mansfield, Sylvia Plath, Zelda Fitzgerald, dentre outras, entretanto os contos não são uma biografia destas. Os fatos ocorridos na vida das autoras, aliados à realidade, são transpassados por situações, recortes e personagens que existiram nas obras de cada uma delas, o que chamamos de curadoria polifônica (RABELO, 2021). No conto “Dottie”, que retoma a autora americana Dorothy Parker, vemos uma relação entre a vida da autora, tanto em seus roteiros e contos publicados, quanto com particularidades da vida. Assim, em um processo curatorial polifônico, que tem em Lunardi sua autora curadora, este artigo pretende analisar o conto “Dottie”, principalmente seus aspectos relacionados com a solidão e a morte, temas recorrentes também nas obras e na vida da autora americana, e em diálogo com Michel Schneider, no ensaio “Desculpem-me pelo pó”, publicado no livro Mortes Imaginárias (2005). Serão usados como aporte teórico os estudos de Ariés (2003), Bakhtin (2018), Bloom (1991), Minois (2019), Morin (1997), Villa-Forte (2019) e outros que se mostrarem relevantes.
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