Deusas, santas e o pentagrama mágico em A lenda do cavaleiro verde (2021)
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2023.e93053Palavras-chave:
Feminismo, Literatura Arturiana, Literatura Medieval, SobrenaturalResumo
O poema medieval Sir Gawain e o Cavaleiro Verde teve sua adaptação cinematográfica intitulada A Lenda do Cavaleiro Verde lançada em 2021 com direção de David Lowery com Dev Patel no papel de Gawain. Tanto o poema quanto o filme apresentam uma quantidade significativa de personagens femininas que possuem algum contato com o sobrenatural e que agem como guias e mediadoras de testes na jornada de Gawain. Este trabalho pretende abordar como estas personagens femininas foram adaptadas para o longa-metragem pensando em como a conjunção com magia e o simbolismo do pentagrama foi utilizado de maneira a relacionar tais personagens como arquitetas da aventura e consequentemente como representações divinas de lendas pagãs que foram sincretizadas com o universo religioso cristão. O trabalho também foca em referências da literatura medieval para adaptações para o cinema moderno discutindo como dada a dificuldade em adequar personagens complexas como Morgana le Fay e símbolos como o pentagrama, o diretor utilizou representações estratégicas para que audiências modernas tivessem uma melhor compreensão da aventura do cavaleiro de Arthur. O estudo é baseado em análises de feminismo e literatura arturiana como expressado por Larissa Tracy e Geraldine Heng; de textos críticos acerca de adaptações arturianas como o de Maureen Fries, além de autores especializados no poema original como J. A. Burrow e utiliza a tradução mais recente em língua portuguesa do poema medieval feito por Artur Avelar em 2020.
Referências
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