Traços do narrador pós-moderno: Ninguém nada nunca e O escritor morre à beira do rio
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2024.e94306Palavras-chave:
Literatura contemporânea, Narrador, Pós-modernismoResumo
Este estudo comparativo entre a obra Ninguém nada nunca, de Juan José Saer, e O escritor morre à beira do rio, de Lucas Lazzaretti, analisa a construção do foco narrativo nessas obras. Assim, buscou-se verificar de que maneira os narradores são permeados por um discurso de autorreflexão, tendo como foco a ação de narrar e, por conseguinte, seus limites e possibilidades. Esse tipo de construção do foco suscita discussões bastante caras à poética do pós-modernismo. Por isso, este artigo empregou um aporte teórico com base, principalmente, no pensamento de Linda Hutcheon (1991), Silviano Santiago (2000), Wander Melo Miranda (2010), Ricardo Piglia (2016) e Beatriz Sarlo (2007), com vistas a analisar os processos constitutivos do foco narrativo desses romances e verificar sua possível inserção na corrente do pós-modernismo. Concluiu-se que tanto no romance argentino quanto no brasileiro havia traços comuns aos narradores pós-modernos, destacando-se a fragmentação dos discursos, que provoca a instabilidade dos relatos, e a autorreflexão sobre o ato de narrar.
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