Uma leitura psicanalítica do Caderno de memórias coloniais, de Isabela Figueiredo
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2023.e94385Palavras-chave:
Isabela Figueiredo, Caderno de memórias coloniais, literatura, psicanáliseResumo
O presente artigo pretende construir uma leitura crítica de Caderno de memórias coloniais, de Isabela Figueiredo, a partir das potenciais imbricações entre literatura e psicanálise, focalizando a constituição da subjetividade da autora principalmente a partir da relação com seu pai. O testemunho que emerge ao longo do romance revela tanto os entraves e as ambivalências presentes nessa relação – marcada por desejo e culpa, amor e ódio – como também as circunstâncias em que isso ocorre, ou seja, em meio às contradições que marcam a conjuntura social de Moçambique. Nesse sentido, o posicionamento político-ideológico do patriarca da família, um colono português aderido a perspectivas raciais, sociais e de gênero bastante opressoras, acaba por incidir nas complexas relações estabelecidas dentro de seu próprio núcleo familiar e revelar o modo de organização da estrutura social moçambicana no período de vigência do Estado Novo português. Assim, a partir de uma experiência socialmente vivida dentro das lógicas do colonialismo português, emerge a autoanálise da autora, uma revisão crítica do passado imprescindível para então poder seguir adiante.
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