Subalternidade e vozes de mulheres negras silenciadas: um estudo interseccional em Ezilda Milanez Barreto
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2023.e95400Palavras-chave:
Personagens Femininas Afro-brasileiras, Silenciamento, Subalternidades, DecolonialidadeResumo
A visibilização das contribuições dos sujeitos negros à cultura de nosso país é um território conquistado, tendo em vista que a narrativa histórica oficiosa, erigida pelos donos do poder (homens, brancos, cisheterossexuais, cristão, sem deficiência), procurou apagar a contribuição dos africanos e dos afrodescentes à cultura brasileira ou, na impossibilidade de tal apagamento, alocou-a em lugares de subalternização, como podemos ver em muitas das representações de personagens negros/as que circularam, em especial, na prosa oitocentista brasileira. Por isso, sob o olhar da Interseccionalidade, o presente estudo tem como objetivo analisar as personagens femininas negras, contextualizadas dentro do patriarcado brasileiro e relacionadas à decolonialidade de raça, na ficção da escritora paraibana Ezilda Milanez Barreto, mais especificamente nos romances E a luz brilhará nas trevas (1940), Nos arcanos do império (1981) e O meu mundo é assim (1983). Para fundamentar nossos posicionamentos sobre o conceito de subalternidade e vozes negras silenciadas, apoiamo-nos em Spivak (2014), Crenshaw (1989) e Akotirene (2019). Esperamos contribuir para os estudos interseccionais na literatura afro-brasileira de autoria feminina e para a reflexão acerca de problemáticas recorrentes na sociedade brasileira, como o racismo estrutural, as quais emergem da diegese das narrativas que constituem o nosso corpus de análise.
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