Kaváfis no Brasil

Autores

  • Antonio Carlos Santos UNISUL

Resumo

Um estrangeiro, como a própria palavra latina (extraneus) nos diz, é alguém de fora, estranho, que não é da família, alguém que migra, como aliás o vocábulo que do latim passou ao francês, e daí ao português; é, ainda, alguém que passa de um lado a outro, que se traduz, (meta + jerw), metáfora. Kaváfis poderia ser definido como um estranho cuja pátria era a língua que herdou dos pais e que estranhava misturando registros, a língua culta, katharévousa, e a língua do povo, dimotiki, para construir uma poesia que ultrapassou os muros de Alexandria e conquistou o mundo, uma poesia cujo cenário é a história, a sua e a do Helenismo. Nascido na cidade de Alexandre, de família rica, educado dos 9 aos 16 na Inglaterra, depois da morte prematura do pai em 1870, o poeta passou grande parte de sua vida como um desconhecido funcionário do Ministério da Irrigação, freqüentando à noite o bairro de má fama e amadurecendo os poemas que só seriam publicados em livro em 1935, dois anos após sua morte devido a um câncer na laringe, em 1933, no dia mesmo em que completava 70 anos, 29 de abril.

Biografia do Autor

Antonio Carlos Santos, UNISUL

possui graduação em Comunicação pelo Centro Unificado Profissional (1978), mestrado em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (1996) e doutorado em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (2001). Atualmente é professor titular da Universidade do Sul de Santa Catarina, atuando principalmente nos seguintes temas: teoria literária, literatura, poesia, sociologia e modernidade. É também tradutor.

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Publicado

2006-05-03