Templos que são fantasmas: bandeira, ouro e megahype

Autores

  • Raúl Antelo Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-784X.2019v19n30p10

Resumo

O capitalismo contemporâneo entendido como modernidade metropolitana marca uma virada nos escritos estéticos de Bandeira. Em algumas das crônicas dos anos 20, ele empreende uma pesquisa sobre a essência da tragédia cultural como jogo de contrastes entre os impulsos da verossimilhança apolínea e a verdade dionisíaca. Esse enfoque formal evoca os meios tecnológicos, bem como certas práticas vanguardistas vindas não apenas de Paris mas também da modernidade mexicana.

Biografia do Autor

Raúl Antelo, Universidade Federal de Santa Catarina

Emérito ensaísta e estudioso da literatura, das artes e das humanidades, é professor titular aposentado do DLLV do CCE-UFSC e até recentemente membro do colegiado pleno do PPG em Literatura da UFSC. Este ensaio insere-se no projeto “Caracterização do surrealismo” (FFI2016-75110-P).

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Publicado

2020-05-13