Interpassividade e anonimato: o caso dos pasquins em "La Mala Hora"

Autores

  • Ane Carolina Randig Tavares Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-784X.2019v19n30p87

Resumo

Neste artigo, pretende-se discutir sobre a função temática e estética dos pasquins (bilhetes anônimos) presentes na composição da narrativa de La mala hora (1962), romance escrito por Gabriel García Márquez. Para isso, será realizada uma aproximação entre literatura e psicanálise, considerando as ideias apresentadas por Slavoj Zizek, no capítulo II, em seu livro Como ler Lacan (2010). Ao relacionar as reflexões de Zizek sobre o coro grego (artifício teatral) e o ciberespaço (artifício virtual) com os pasquins (artifício literário), tem-se o objetivo de averiguar o que esses meios – enquanto espaços de representação – têm em comum, para então compreender os efeitos de sentido dos pasquins na narrativa.

Biografia do Autor

Ane Carolina Randig Tavares, Universidade Federal de São Carlos

Possui graduação em Letras (Habilitação Português-Espanhol) pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, Campus Pantanal e mestrado em Estudos de Literatura pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Tem experiência na área de estudos comparados - literatura e outras artes, atuando principalmente nos seguintes temas: tradução intersemiótica; recriação; processo criativo.

Referências

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Carlos Ceia: s.v. “coro”, E-Dicionário de Termos Literários (EDTL), coord. de Carlos Ceia, http://www.edtl.com.pt, consultado em 04-05-2017.

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Publicado

2020-05-13