Predação de Opuntia monacantha (Willd.) Haw. (Cactaceae) por Cactoblastis cactorum (Lepidoptera: Pyralidae) em restingas da Ilha de Santa Catarina, sul do Brasil

Autores

  • Maurício Lenzi Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais, CCA/UFSC
  • Juliana Soares Juliana Soares Depto. de Fitotecnia, CCA/UFSC, Laboratório de Entomologia Agrícola, Itacorubi – Caixa postal 476, CEP: 88040-900 – Florianópolis (SC)
  • Afonso Inácio Orth Depto. de Fitotecnia, CCA/UFSC, Laboratório de Entomologia Agrícola, Rodovia Admar Gonzaga, 1346 – Bairro Itacorubi – Caixa postal 476, CEP: 88040-900 – Florianópolis (SC)

Resumo

O gênero Opuntia é mundialmente conhecido pela sua importância ecológica, ornamental e agronômica. Algumas espécies se tornaram invasoras nos países onde foram introduzidas, e como controle biológico foi usado o piralídeo Cactoblastis cactorum (Lepidoptera: Pyralidae), coletado na Argentina. Entretanto, os efeitos do ataque deste piralídeo sobre cactáceas nativas ainda não foram totalmente elucidados. Objetivou-se neste estudo, detectar e quantificar o efeito da predação de C. cactorum sobre Opuntia monacantha. Os estudos foram conduzidos durante os meses de setembro a novembro de 2004, em trilhas predefinidas, sobre vegetação de restinga, localizadas entre as praias Mole e Galheta, SC (27º35’83.1’’S e 48º25’70.6’’W). Todas as plantas estudadas (n = 20) apresentaram algum tipo de indício ou dano causado por C. cactorum. A quantidade de cladódios e de frutos não predados (68%) e (85%), respectivamente, foi superior aos predados. Cladódios terminais foram as estruturas mais predadas e que apresentaram o maior número de lagartas em seu interior. Constatou-se grande perda das sementes nos frutos predados. As aréolas restantes em partes dos
cladódios e frutos predados se diferenciaram em brotos e raízes. Os dados obtidos nesta pesquisa demonstram que as plantas de O. monacantha são predadas pelas lagartas da espécie C. cactorum, mas que essa cactácea, aparentemente, possui mecanismos de defesa como garantia de manutenção das suas populações.

Biografia do Autor

Maurício Lenzi, Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais, CCA/UFSC

Maurício Lenzi  Biologo, graduado pela Universidade Regional de Blumenau (2002). Cursou mestrado em Recursos Genéticos Vegetais (2003) e doutorado em Ciências (2008), ambos pela Universidade Federal de Santa Catarina. Possui pós-doutorado (2011) em "Botánica y Conservación Vegetal" pela Universidade de Alicante, ESP. Linhas de pesquisa: Biologia Reprodutiva e da Polinização, Ecologia e Taxonomia vegetal, com ênfase nas familias Bromeliaceae e Orchidaceae. Certificado pelo autor em 03/10/11

Juliana Soares Juliana Soares, Depto. de Fitotecnia, CCA/UFSC, Laboratório de Entomologia Agrícola, Itacorubi – Caixa postal 476, CEP: 88040-900 – Florianópolis (SC)

Depto. de Fitotecnia, CCA/UFSC, Laboratório de Entomologia Agrícola, Rodovia Admar Gonzaga, 1346 – Bairro Itacorubi – Caixa postal 476, CEP: 88040-900 – Florianópolis (SC)

Afonso Inácio Orth, Depto. de Fitotecnia, CCA/UFSC, Laboratório de Entomologia Agrícola, Rodovia Admar Gonzaga, 1346 – Bairro Itacorubi – Caixa postal 476, CEP: 88040-900 – Florianópolis (SC)

Afonso Inacio Orth  Afonso Inacio Orth concluiu o doutorado em Biology - University of Miami em 1995. Atualmente é Professor Associado III DE da Universidade Federal de Santa Catarina. Apresenta 157 publicações entre artigos em periódicos especializados, trabalhos em anais de eventos e livros. Possui 4 itens de produção técnica. Orientou 02 teses de doutorado, 11 dissertações de mestrado e co-orientou 2, além de ter orientado 6 trabalhos de conclusão de curso nas áreas de Agronomia, Botânica, Ecologia e Zootecnia. Recebeu 1 prêmio e/ou homenagem. Atua na área de Agronomia, com ênfase em Entomologia Agrícola. Em suas atividades profissionais interagiu com 81 colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos. Em seu currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Polinização, apicultura, Apis mellifera, abelhas nativas, polinizadores, macieira, Restinga, flora apícola, Mimosa scabrella e Xylocopa micans. Certificado pelo autor em 08/08/11

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Publicado

2006-01-01

Edição

Seção

Artigos