A capivara, Hydrochoerus hydrochaeris (Mammalia, Rodentia), no sítio arqueológico SC PRV 02, Ilha de Santa Catarina – Santa Catarina

Autores

  • Pedro Volkmer de Castilho Laboratório de Mamíferos Aquáticos, Departamento de Ecologia e Zoologia, UFSC
  • Paulo César Simões-Lopes Laboratório de Mamíferos Aquáticos, Departamento de Ecologia e Zoologia, UFSC

Resumo

A Ilha de Santa Catarina contém dezenas de sítios arqueológicos, nos quais podem ser encontrados restos ósseos de diversos animais. O trabalho diagnostica e quantifica restos ósseos de capivaras extraídos do Sítio Arqueológico SC PRV 02 (1067 a 1735 A.P.), localizado na porção norte da Ilha de Santa Catarina nas margens da Lagoa da Conceição. Identificaram-se 37 peças, de pelo menos 12 indivíduos. A região anatômica das capivaras mais visada pelos habitantes pré-coloniais corresponde aos membros anteriores e posteriores, com cerca de 40% das peças não apresentando fusão das epífises à diáfise. Aproximadamente 48% dos ossos apresentaram evidências ou registro de atividade humana. As análises sugerem que as capivaras teriam importante papel na dieta daqueles habitantes, assim como seriam utilizadas como matérias-primas para confecção de diversos artefatos funcionais. Para a confecção desses artefatos foram diagnosticadas técnicas de manipulação como percussão e secções transversais. As evidências de carbonização e cortes superficiais indicam desmembramento, preparação e consumo de capivaras na alimentação. Entre os sítios arqueológicos de mesma época, constata-se que as mesmas técnicas foram empregadas, sugerindo que as capivaras seriam um recurso apreciado, apesar de os grupos humanos pré-coloniais da Ilha serem considerados pescadores.

Biografia do Autor

Pedro Volkmer de Castilho, Laboratório de Mamíferos Aquáticos, Departamento de Ecologia e Zoologia, UFSC

Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina, Doutorado em Zoologia pela Universidade Federal do Paraná e Pós-Doutorado em Arqueologia pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro. Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado de Santa Catarina e ministra disciplinas de Fauna Silvestre, Ecologia, Zoologia e Parasitologia.

Mais informações no Currículo Lattes.

Paulo César Simões-Lopes, Laboratório de Mamíferos Aquáticos, Departamento de Ecologia e Zoologia, UFSC

Graduação: Licenciado em Ciências Biológicas - Habilitação em Biologia - pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Doutorado em Zoologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Atualmente é professor Associado III do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina e orientador em Pós-Graduação nos Programas de Ecologia (UFSC) e Zoologia da Universidade Federal do Paraná. É Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologico (CNPq) e tem experiência na área de Zoologia de Mamíferos Aquáticos, com ênfase em Morfologia do Esqueleto, Ecologia, Comportamento e Sistemática dos Cetáceos e Pinípedes.

Mais informações no Currículo Lattes.

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Publicado

2005-01-01

Edição

Seção

Artigos