Comportamento fenológico no evento pós-queima e biologia reprodutiva de Spiranthera odoratissima A. St.-Hil. (Rutaceae)
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7925.2008v21n1p29Resumo
O comportamento fenológico das espécies de cerrado influenciadas pela ação de queimadas é pouco conhecido. O estudo da fenologia e biologia reprodutiva de Spiranthera odoratissima A. St.-Hil. foi realizado em uma área antropizada de cerrado sensu stricto submetida ao fogo no município de Goiânia, Goiás. Observações fenológicas evidenciaram que os indivíduos floresceram sincronicamente três meses após a queima. Os ritmos fenológicos estiveram associados aos efeitos da sazonalidade pluviométrica, padrão característico das espécies subarbustivas de cerrado. As flores são brancas, de odor adocicado e estão reunidas em inflorescências paniculadas. A antese é crepuscular e inicia-se por volta das 16h. Os recursos oferecidos aos visitantes são pólen e néctar. A espécie produz 32,8?l (± 3,4) de néctar com concentração média de 16,4% (± 0,43) em equivalentes de sacarose. O sistema de polinização (falenofi lia) foi proposto com base na análise das características florais. Os visitantes observados foram abelhas (Apis mellifera Linnaeus), moscas, vespas, formigas e besouros, porém, devido ao comportamento na inflorescência, foram considerados apenas pilhadores de recursos. Foi constatado que Trigona spinipes Fabr. pode atuar como polinizador secundário durante a pilhagem de pólen. Os resultados das polinizações manuais e o índice de incompatibilidade (ISI) indicam que a espécie é xenógama e auto-compatível.
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