Contribuição da etnoictiologia à análise da legislação pesqueira referente ao defeso de espécies de peixes de interesse comercial no oeste da Amazônia Brasileira, rio Guaporé, Rondônia, Brazil

Autores

  • Carolina Rodrigues da Costa Doria Departamento de Biologia, Laboratório de Ictiologia e Pesca Universidade Federal de Rondônia/UNIR BR 364, Km 9,5 CEP: 78900-000, Porto Velho – RO, Brasil
  • Túlio Raimundo de Araújo Ação Ecológica Guaporé – ECOPORÉ, Costa Marques – RO, Brasil
  • Suelen Taciane Brasil de Souza Ação Ecológica Guaporé – ECOPORÉ, Costa Marques – RO, Brasil
  • Gislene Torrente-Vilara Programa de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/UFAM, Manaus – AM, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7925.2008v21n2p119

Resumo

Conflitos pesqueiros têm sido observados na região do Guaporé entre pescadores e órgãos gestores quanto ao período oficial de defeso reprodutivo. Os pescadores afirmam que o defeso não corresponde à época de reprodução das principais espécies comercializadas, o que pode  estar prejudicando os estoques locais de peixes. Este trabalho comparou o conhecimento ecológico tradicional (CET) com informações obtidas em pescarias experimentais e informação obtida da literatura científica sobre os períodos de reprodução das principais categorias de pescado desembarcadas naquela região. Das 28 categorias de pescado analisadas, 14 (50%) foram capturadas na pesca experimental e puderam ser avaliadas. O conhecimento ecológico tradicional confirmou a informação experimental para 10 categorias de pescado (72%). Os resultados sugerem a necessidade de ajustes no período oficial de defeso para as categorias: caparari (Pseudoplatystoma tigrinun), surubim (P. fasciatum), tambaqui (Colossoma macropomum), pescada (Plagioscion spp) e tucunaré (Cichla spp). A discussão aborda a possível inadequação do período de defeso estabelecido com bases em informações geradas em diferentes bacias e aplicados para grandes áreas da Amazônia brasileira. Este estudo confi rma o refinado conhecimento do pescador sobre a biologia das espécies que ele explora e sugere que este CET pode ser utilizado para ajustar políticas de gestão pesqueira regionalmente.

Biografia do Autor

Carolina Rodrigues da Costa Doria, Departamento de Biologia, Laboratório de Ictiologia e Pesca Universidade Federal de Rondônia/UNIR BR 364, Km 9,5 CEP: 78900-000, Porto Velho – RO, Brasil

possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina (1991), mestrado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais pela Universidade Estadual de Maringá (1994) e doutorado em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido pela Universidade Federal do Pará (2004). Atualmente é Adjunto IV da Universidade Federal de Rondônia. Tem experiência na área de Biologia Pesqueria e ictiofauna.Certificado pelo autor em 11/09/11

Túlio Raimundo de Araújo, Ação Ecológica Guaporé – ECOPORÉ, Costa Marques – RO, Brasil

Biólogo do Laboratório de Ictiologia e Pesca do Instituto de Estudos e Pesquisas Ambientais Organizações Sustentáveis - IEPAGRO. Atualmente atuo no Programa de Monitoramento e Conservação da Ictiofauna do Rio Madeira na Área de Influência da AHE Santo Antônio - Subprograma de Ecologia e Biologia da Ictiofauna do Rio Madeira - Sub unidade reprodução em peixes e histologia de gônadas de peixes. Colaborador da Ação Ecológica Guaporé - Ecoporé.Certificado pelo autor em 07/07/11

Suelen Taciane Brasil de Souza, Ação Ecológica Guaporé – ECOPORÉ, Costa Marques – RO, Brasil

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Rondônia (2002). Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Sub Unidade Peixes, atuando principalmente nos seguintes temas: manejo, peixe, frota pesqueira, desenvolvimento sustentável e esforço de pesca.Certificado pelo autor em 07/07/11

Gislene Torrente-Vilara, Programa de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/UFAM, Manaus – AM, Brasil

Doutora em Biologia de Água Doce e Pesca Interior pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. A experiência de cerca de uma década com peixes envolve, em especial, a ictiofauna da bacia do rio Madeira e a Amazônia central. Os temas são ecologia de comunidades, ecologia de populações, cachoeiras como barreiras naturais para a distribuição de espécies da ictiofauna e impacto de empreendimentos hidrelétricos.Certificado pelo autor em 22/06/11

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Publicado

2011-09-20

Edição

Seção

Artigos