Alimentação de Ctenogobius shufeldti (Jordan e Eigenmann, 1887) (Teleostei, Gobiidae) na Baía de Guaratuba, Atlântico oeste subtropical
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7925.2011v24n1p37Resumo
A dieta do teleósteo Ctenogobius shufeldti foi estudada na Baía de Guaratuba, litoral sul do Brasil, objetivando descrever variações espaço-temporais e compreender a participação dessa espécie criptobêntica na teia trófica da comunidade deste sistema estuarino. Foram analisados 397 espécimes (comprimento total de 21 a 70mm) em 12 meses de amostragem junto à vegetação marginal da região mais interna da Baía e porção final de dois rios afluentes. O conteúdo estomacal foi identificado e os dados foram transformados em Frequência de Ocorrência e Contagem de Pontos. A conjugação desses dois métodos através do Índice Alimentar informou que a dieta da espécie compõe-se principalmente de Ostracoda (IA=50,51) e Tanaidacea (IA=40,85) somados a algas filamentosas Chlorophyta (IA=2,15) e Rodophyta (IA=0,15) e Material Vegetal Superior (IA=4,99), incluindo secundariamente, Gastropoda (IA=1,21), Amphipoda (IA=0,10), Isopoda (IA=0,01), Cirripedia (IA=0,01), larvas de Decapoda (IA=0,01) e Insecta (IA=0,01). Exceto pelas larvas de Decapoda, os itens consumidos foram os mesmos nos dois rios. A dieta foi mais diversificada nestes que na Baía, área em que Amphipoda e Cirripedia não foram registrados. Algas filamentosas Chlorophyta e Rodophyta não haviam sido reportadas na dieta da espécie em estuários próximos a Guaratuba. Segundo Depczynski e Bellwood (2003), sobre dieta de peixes criptobênticos, conclui-se que na região de estudo C. shufeldti disponibiza energia a outros componentes da teia trófica não apenas pela predação de animais bentônicos, mas também pela ingestão de algas e outros vegetais.
Propõe-se então que seu largo espectro trófico, compreendendo invertebrados e vegetais, resulte da influência marinha e continental a que a região estudada se encontra submetida.
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