Etnoecologia de pequenos cetáceos: interações entre a pesca artesanal e golfinhos no norte do estado do Rio de Janeiro, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7925.2012v25n3p293Resumo
Estudos no norte do Rio de Janeiro indicam interações entre a pesca artesanal e os cetáceos, mas não existem pesquisas que abordem o conhecimento de pescadores sobre estes animais. O objetivo deste estudo é descrever as interações entre os cetáceos e a pesca através da percepção dos pescadores de Atafona (RJ). Entre fevereiro e março de 2010 foram selecionados 20 pescadores através da técnica “bola-de-neve” e aplicado um questionário etnográfico a fim de obter dados através de relatos da percepção cultural sobre os pequenos cetáceos no norte fluminense. Cada pescador descreveu mais de um golfinho, o que explica o tamanho amostral das respostas (N=34) maior que o número de entrevistados (N=20). Pelos relatos dos informantes foram identificadas três espécies e um gênero: Sotalia guianensis (N=15; 75%); Pontoporia blainvillei (N=9; 45%); Steno bredanensis (N=6; 30%) e Stenella spp. (N=4; 20%). A resposta “colisão com artefatos” (rede de espera) foi a única descrita na questão da ocorrência de acidentes entre a pesca e os golfinhos (N=24; 71%) e a rede de espera é o artefato responsável pelo emalhe dos animais. As carcaças dos golfinhos emalhados podem ser descartadas ao mar e/ou a musculatura e gordura utilizadas como isca na pescaria de elasmobrânquios. As quatro principais espécies reportadas na literatura para a área foram as identificadas pelos pescadores. Para todos os entrevistados o emalhe é causado pelos golfinhos o que prejudica a pesca.
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