Animais menos carismáticos são mais propensos a atropelamento: atitudes humanas em relação a pequenos animais nas estradas brasileiras

Autores

  • Paulo C. M. D. Mesquita Universidade Federal de Santa Maria
  • Victor Mendes Lipinski Laboratório de Herpetologia, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Santa Maria. Avenida Roraima, 1000. CEP 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil
  • George Lucas Sá Polidoro Laboratório de Herpetologia, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Santa Maria. Avenida Roraima, 1000. CEP 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7925.2015v28n1p85

Resumo

Estradas são fontes longas e intermitentes de diminuição da vida selvagem devido aos seus efeitos indiretos, como fragmentação de hábitat, ou seus efeitos diretos, como a constante mortalidade por atropelamentos. Assim, alguns estudos indicam que parte desses atropelamentos pode ser intencional e passível de ser evitada. Nós investigamos se diferentes grupos de pequenos animais apresentaram diferentes taxas de atropelamento e como o “carisma” afeta as chances de sobrevivência de um animal nas rodovias. Durante nosso experimento, nós quantificamos as taxas de atropelamento de modelos de aranhas, serpentes, pintos e folhas de árvore (controle) em três rodovias de diferentes volumes de tráfego. Constatamos que serpentes e aranhas foram consistentemente atropeladas com maior frequência que os pintos e as folhas. Também observamos que os pintos foram os únicos modelos resgatados pelos humanos. Concluímos que as chances de sobrevivência dos pintos é a maior entre os modelos testados e isso se deve ao valor carismático atribuído a eles pelos seres humanos, em comparação a serpentes e aranhas. Sugerimos a veiculação de campanhas na mídia que visem a aumentar a conscientização do público quanto à conservação da vida selvagem como uma ferramenta útil para solucionar o problema do atropelamento intencional de pequenos animais.

Biografia do Autor

Paulo C. M. D. Mesquita, Universidade Federal de Santa Maria

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Ceará (2006), mestrado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal do Ceará (2010) e doutorado em Biodiversidade Animal pela Universidade Federal de Santa Maria (2013). Tem experiência na área de Zoologia, Bioestatística e Ecologia, com ênfase em Herpetologia, História Natural, Ecologia Numérica e Ecologia de Comunidades atuando principalmente nos seguintes temas: serpentes, ecologia, comunidades, história natural, biologia reprodutiva, biogeografia. Atualmente leciona as disciplinas de Metodologia Científica e Estatística na Faculdade 7 de Setembro, Bioestatística na Universidade Estadual Vale do Acaraú/IDJ e presta consultoria ambiental em trabalhos de EIA/RIMA.

Victor Mendes Lipinski, Laboratório de Herpetologia, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Santa Maria. Avenida Roraima, 1000. CEP 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil

Mestrado em Biodiversidade Animal pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM e Graduado (Licenciatura) no curso de Ciências Biológicas da Universidade Regional integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI / Santo Ângelo.

George Lucas Sá Polidoro, Laboratório de Herpetologia, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Santa Maria. Avenida Roraima, 1000. CEP 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil

Atualmente é Estagiário da Universidade Federal de Santa Maria.

Publicado

2014-12-29

Edição

Seção

Artigos