Limitações ao uso de Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae) para a polinização dirigida de cultivares: um estudo de caso com a pereira-portuguesa (Pyrus communis L. cv. Rocha)

Autores

  • André Amarildo Sezerino Universidade Federal de Santa Catarina
  • Afonso Inácio Orth Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7925.2015v28n2p73

Resumo

A existência de polinizadores capazes de promover a xenogamia é um fator decisivo na produtividade dos pomares. Por ser alógama, devido à autoincompatibilidade gametofítica, a maioria das cultivares europeias de pereiras não produzem frutos com sementes sem a presença de insetos polinizadores. Portanto, o correto manejo e a qualidade das colmeias de Apis mellifera instaladas nos pomares são imprescindíveis para assegurar produções economicamente viáveis. Nesse contexto, objetivou-se avaliar alguns aspectos do sistema de polinização dirigida com A. mellifera que podem interferir decisivamente na eficiência da polinização em um pomar comercial de pereira portuguesa nas condições ecológicas do planalto serrano catarinense, no Sul do Brasil. Foi observada uma baixa visitação de abelhas nas flores de pereira, possivelmente devido a dois fatores: competição floral e densidade insuficiente de colmeias instaladas no pomar. Não foi observada a deposição de pólen nos estigmas, o que confirma a deficiência de polinização na área. A qualidade das colmeias alugadas apresentou diferenças entre os anos, com presença do ácaro Varroa destructor e do microsporídeo Nosema ceranae, os quais podem ter contribuído para o despovoamento das colmeias durante o período de floração e, consequentemente, redução da deposição de pólen no estigma das flores da cultivar produtora de frutos.

Biografia do Autor

André Amarildo Sezerino, Universidade Federal de Santa Catarina

Eng. Agrônomo, Mestre em Ciências pela Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área Fitotecnia, com ênfase na área de fruticultura de clima temperado, especialmente nas culturas da macieira, pereira e mirtileiro, e em entomologia agrícola. Também tem experiência na área de apicultura com ênfase em polinização dirigida para a fruticultura, sanidade apícola, criação de abelhas rainha e manejo racional de apiários. Atualmente é Doutorando em Recursos Genéticos Vegetais pela UFSC.

Afonso Inácio Orth, Universidade Federal de Santa Catarina

Afonso Inacio Orth concluiu o doutorado em Biology - University of Miami em 1995. Atualmente é Professor Associado IV DE da Universidade Federal de Santa Catarina. Apresenta 179 publicações entre artigos em periódicos especializados, trabalhos em anais de eventos e livros. Possui 4 itens de produção técnica. Orientou 02 teses de doutorado, 12 dissertações de mestrado e co-orientou 2, além de ter orientado 9 trabalhos de conclusão de curso nas áreas de Agronomia, Botânica, Ecologia e Zootecnia. Recebeu 1 prêmio e/ou homenagem. Atua na área de Agronomia, com ênfase em Entomologia Agrícola. Em suas atividades profissionais interagiu com 81 colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos. Em seu currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Polinização, apicultura, Apis mellifera, abelhas nativas, polinizadores, macieira, restinga, flora apícola, Mimosa scabrella e Xylocopa micans.

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Publicado

2015-03-23

Edição

Seção

Artigos