Comunidade de invertebrados bentônicos e estrutura trófica em dois lagos antrópicos

Autores

  • Sílvia Topulniak Universidade Estadual do Paraná, Unespar
  • Luci Fátima Pereira Universidade Federal do Paraná, UFPR
  • Tayane Cristina Buggenhagen Universidade Estadual do Centro-Oeste
  • Ana Carolina de Deus Bueno-Krawczyk Universidade Estadual do Paraná https://orcid.org/0000-0001-5252-6651

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7925.2019v32n1p31

Resumo

Os invertebrados bentônicos são importantes, tanto em ecossistemas lóticos como lênticos, por conta da contribuição ecológica na ciclagem de nutrientes, na passagem do fluxo de energia pelos níveis tróficos. Este trabalho teve por objetivo verificar a composição da comunidade de invertebrados bentônicos e caracterizar os respectivos grupos tróficos funcionais em dois lagos situados no Parque Ambiental dos Imigrantes (Mallet – PR). As amostragens foram realizadas através de uma peneira com diâmetro (30x30 cm e 0,05 mm de malha) em fevereiro de 2014, totalizando seis amostras em ambos os lagos. Foram coletados 271 invertebrados bentônicos, distribuídos em 24 táxons identificados no nível de gênero, e dentro de três grupos tróficos funcionais (GTF) (predadores, coletores e filtradores-coletores). Os taxa que mais contribuíram para a composição da comunidade foram Belostomatidae, Notonectidae, Chironomidae e Hydropsychidae. Foi observada maior abundância de espécies tróficas pertencentes aos predadores, seguida dos coletores e filtradores-coletores. Os resultados mostram que as características locais dos lagos influenciaram a abundância da comunidade bentônica amostrada, embora não tenha ocorrido diferença na estrutura dos grupos tróficos entre lagos estudados.

Biografia do Autor

Sílvia Topulniak, Universidade Estadual do Paraná, Unespar

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar - União da Vitória) (2014). Atuou como estagiária na Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de Mallet (PR).

Luci Fátima Pereira, Universidade Federal do Paraná, UFPR

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar - União da Vitória) (2013). Mestrado em Ciências Biológicas, área de concentração em Zoologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) (2016). Experiência na área de Zoologia (Biologia animal) e Ecologia de Ecossistemas de águas continentais e marinhas, com ênfase na biologia e conservação de espécies.

Tayane Cristina Buggenhagen, Universidade Estadual do Centro-Oeste

Possui licenciatura plena em Ciências Biológicas pela Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de União da Vitória (2010) e Especialização em Biodiversidade: Conservação e Manejo de Recursos Naturais, pela mesma instituição (2013). Mestrado em Biologia Evolutiva pela Universidade do Centro-Oeste (2016). Tem experiência na área de Zoologia, Ecologia e Botânica, onde desenvolveu algumas pesquisas. Atualmente é docente no Colégio Santos Anjos, Porto União, e na IES Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu - Uniguaçu, União da Vitória.

Ana Carolina de Deus Bueno-Krawczyk, Universidade Estadual do Paraná

Possui Licenciatura em Ciências Biológicas pela Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de União da Vitória (2007) e especialização em Biologia - Manejo Integrado de Fauna e Flora (2008) pela mesma instituição. Mestrado (2011) e Doutorado em Ecologia e Conservação pela Universidade Federal do Paraná (2016). Trabalha como Professor Adjunto da Universidade Estadual do Paraná, Campus de União da Vitória. Como pesquisadora integra os grupos de pesquisa Poluentes Ambientais e Saúde Animal da Universidade Federal do Paraná e Biodiversidade e Conservação da Universidade Estadual do Paraná. Tem experiência em Ecologia de rios e lagos, com ênfase no estudo de comunidades de invertebrados bentônicos como ferramenta no monitoramento ambiental e uso de biomarcadores em biomonitoramento.

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Publicado

2019-02-25

Edição

Seção

Artigos