Fenologia reprodutiva do estrato arbustivo arbóreo em área de Cerrado da Reserva Biológica de Mogi Guaçu, SP, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7925.2019v32n3p1

Resumo

A fenologia reprodutiva de arbustos e árvores de uma área de Cerrado da Reserva Biológica Mogi Guaçu (22°10’S; 47°11’W) foi estudada de setembro de 2009 a maio de 2013. Em um transecto de 900 m2, os indivíduos foram marcados e o número total de flores e frutos estimados mensalmente. Os dados foram analisados usando estatística circular para determinar os períodos de maior intensidade de floração e frutificação na comunidade, de acordo com seus modos de dispersão. A floração na comunidade ocorreu entre outubro e novembro. A frutificação foi distribuída continuamente ao longo do ano, com valores de r até 0,3. No último período de observação, a frutificação foi mais intensa no mês de dezembro, provavelmente devido às espécies zoocóricas. Considerando as três famílias principais, Myrtaceae floresceu e frutificou entre agosto e setembro, Malpighiaceae floresceu em novembro e frutificou entre dezembro e janeiro, e as Vochvsiaceae floresceram em janeiro e frutificaram em março. Em geral, a comunidade teve como principal característica a fraca sazonalidade de sua fenologia reprodutiva. No entanto, os eventos reprodutivos tenderam a se concentrar nos meses mais quentes do ano.

Biografia do Autor

Adriana de Oliveira Fidalgo, Instituto de Botânica, Jardim Botânico de São Paulo

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1993), mestrado em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (1997) e doutorado em Ecologia pela Universidade de São Paulo (2002). Atualmente é pesquisador científico do Instituto de Botânica. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia da polinização e de interações, atuando principalmente nos seguintes temas: meliponini, forrageamento, recuperação de áreas degradadas e interação animal planta.

Referências

ASSAD, E. D. Chuva nos cerrados. Análise e espacialização. Brasília: EMBRAPA/SPI, 1994. 423 p.

AZEVEDO, I. F. P.; NUNES, Y. R. F.; ÁVILA, M. A.; SILVA, D. L.; FERNANDES, G. W.; VELOSO. R. B. Phenology of riparian tree species in a transitional region in southeastern Brazil. Brazilian Journal of Botany, São Paulo, v. 37, n. 1, p. 47-59, 2014.

BATALHA, M. A.; MANTOVANI, W. Reproductive phenological patterns of cerrado plant species at the Pé-de-Gigante Reserve (Santa Rita do Passa Quatro, SP, Brazil): a comparison between the herbaceous and woody floras. Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 60, n. 1, p. 129-145, 2000.

BATALHA, M. A.; MARTINS, F. R. Reproductive phenology of the cerrado plant community in Emas National Park. Australian Journal of Botany, Collingwood, v. 52, n. 2, p. 149-161, 2004.

BATSCHELET, E. Circular statistics in biology. London: Academic Press, 1981. 371 p.

BENEDITO-SILVA, A. A. Aspectos metodológicos da cronobiologia. In: MARQUES, N.; MENNA-BARRETO, L. (Org.). Cronobiologia: princípios e aplicações. São Paulo: EDUSP, 1997. p. 215-238.

FIDALGO, A. O.; KLEINERT, A. M. P. Reproductive biology of six Brazilian Myrtaceae: is there a syndrome associated with buzz-pollination? New Zealand Jounal of Botany, Wellington, v. 47, n. 4, p. 355-365, 2009.

LENZA, E; KLINK, C. A. Comportamento fenológico de espécies lenhosas em um cerrado sentido restrito de Brasília, DF. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 29, n. 4, p. 627-638, 2006.

MANTOVANI, W.; MARTINS, F. R. Variações fenológicas das espécies de cerrado da Reserva Biológica de Mogi Guaçu. Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 11, n. 1/2, p. 101-112, 1988.

MMA – MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Plano de ação para prevenção e controle do desmatamento e das queimadas no Cerrado – PPCerrado. Brasília: MMA. 2009. 152 p.

NEWSTROM, L. E.; FRANKIE, G. W.; BAKER, H. G. A new classification for plant phenology based on flowering in lowland tropical rain forest trees at La Selva, Costa Rica. Biotropica, Malden, v. 26, n. 2, p. 141-159, 1994.

OLIVEIRA, P. E. Fenologia e biologia reprodutiva das espécies de cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. (Ed.). Cerrado: ecologia e flora. Brasília: EMBRAPA, 2008. p. 275-290.

PIJL, L. van der. Principles of dispersal in higher plants. Berlin: Springer-Verlag, 1982. 214 p.

PILON, N. A. L.; UDULUTSCH, R. G.; DURIGAN, G. Padrões fenológicos de 111 espécies de Cerrado em condições de cultivo. Hoehnea, São Paulo, v. 42, n. 3, p. 425-443, 2015.

PIRANI, F. R., SANCHEZ, M.; PEDRONI, F. Fenologia de uma comunidade arbórea em cerrado sentido restrito, Barra do Garças, MT, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Feira de Santana, v. 23, n. 4, p. 1096-1109, 2009.

SMA – SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE. Resumo executivo do plano de manejo da Reserva Biológica e Estação Ecológica de Mogi-Guaçu. São Paulo: SMA, 2011. 96 p.

SILVA, I.; SILVA, D.; CARVALHO, G.; BATALHA M. Reproductive phenology of Brazil-in savannas and riparian forests: environmental and phylogenetic issues. Annals of Forest Science, Les Ulis Cedex, v. 68, n. 7, p. 1207-1215, 2011.

SILVA, P. O. Estratégias fenológicas reprodutivas de Xylopia aromatica (Lam.) Mart. (Annonaceae) em área de cerrado. Cerne, Lavras, v. 22, n. 1, p. 129-136, 2016.

TANNUS, J. L. S.; ASSIS, M. A.; MORELLATO, L. P. Fenologia reprodutiva em campo sujo e campo úmido numa área de cerrado no sudeste do Brasil, Itirapina-SP. Biota Neotropica, Campinas, v. 6, n. 3, p. 1-27, 2006.

ZAR, J.H. Biostatistical analysis. New Jersey: Prentice-Hall, 1999. 663 p.

Downloads

Publicado

2019-08-20

Edição

Seção

Artigos