Facilitação no fotorreceptor de insetos

Autores

  • Dora Fix Ventura Departamento de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da USP e Núcleo de Pesquisa em Neurociências e Comportamento da USP

DOI:

https://doi.org/10.5007/%25x

Resumo

Uma revisão dos estudos de facilitação realizados com eletrorretinograma em insetos (Hymenoptera: Formicoidea) é apresentada mostrando que a resposta do olho à luz deve ser entendida como a resultante de dois processos opostos: facilitação e adaptação. Estes estudos levantaram as questões examinadas no presente trabalho: 1) Se facilitação ocorre na célula fotorreceptora de insetos ou resulta da atividade de níveis mais proximais, e 2) Quais os mecanismos que explicam este fenômeno. Respostas intracelulares de fotorreceptores de abelha sem ferrão Melipona quadrifasciata e do gafanhoto Schistocerca sp. foram estudadas com a finalidade de se determinar: a) O curso temporal da facilitação, com trens de pulsos apresentados em diferentes intervalos, ou variando-se a duração de um estímulo luminoso; b) O efeito da intensidade da luz; C) Relação entre latência e facilitação, e d) Possíveis mecanismos: influências sinápticas, metarrodopsina, condições fisiológicas da preparação, mensageiro secundário (InsP3). Os resultados mostraram que: 1) Facilitação ocorre em fotorreceptores de insetos para estímulos de luz de alta intensidade e curta duração, sendo de maior amplitude no olho de gafanhoto que no de abelha. 2) Seu curso temporal é semelhante ao determinado anteriormente com o ERG. 3) Não há relação entre amplitude e latência da resposta facilitada. 4) Facilitação é diretamente proporcional ao pós-potencial hiperpolarizante que ocorre em resposta a estimulação intensa. 5) Em experimentos realizados com a abelha Melipona quadrifasciata foram excluídas influências sinápticas, e também de metarrodopsina, ficou demonstrado que a facilitação não é devida à deterioração das condições fisiológicas, ao contrário, a facilitação desaparece nessas condições, e foram obtidos resultados inconclusivos com a administração de InsP3 e DPG. Os resultados foram discutidos tendo em vista o conhecimento atual sobre transdução, que sugerem ser a facilitação devida a um acúmulo da substância transmissora na célula.

Biografia do Autor

Dora Fix Ventura, Departamento de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da USP e Núcleo de Pesquisa em Neurociências e Comportamento da USP

Graduação em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras - Universidade de São Paulo. Mestrado em Psicologia pela Graduate Faculties, Columbia University, New York, NY. Doutorado em Experimental Psychology pela Graduate Faculties, Columbia University, New York, NY. Livre-docência pela Universidade de São Paulo, USP.

Mais informações no Currículo Lattes.

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Publicado

1992-01-01

Edição

Seção

Artigos