Avaliação da inflamabilidade de espécies nativas do cerrado

Autores

  • Marcileia Dias de Oliveira Universidade Federal do Tocantins
  • Josué Luiz Marinho Junior Universidade Federal do Tocantins
  • Angela Helena Silva Mendes Stival Universidade Federal do Tocantins
  • Bárbara Gomes Ferreira Universidade Federal do Tocantins
  • Francisca de Cássia Silva da Silva Universidade Federal do Tocantins
  • Marcos Vinícius Giongo Alves Universidade Federal do Tocantins

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7925.2020.e74323

Resumo

Na ocorrência de incêndios florestais, a propagação se deve principalmente às características das folhas. De certa forma, as folhas funcionam como potencializador ou retardador da propagação de incêndios, já que as que possuem baixa inflamabilidade podem servir como barreiras de proteção contra incêndios. O presente trabalho teve por finalidade, analisar a inflamabilidade de 6 espécies do cerrado. Para a realização do experimento, foi utilizado o epirradiador com uma faixa de temperatura controlada entre 630 a 650 ºC. Das espécies avaliadas foram coletadas 50 amostras de 1g (± 0,1 g) de cada espécie. Foram realizadas 50 repetições de queima, na qual se pôde analisar o Tempo para Ignição (TI), Frequência de ignição (FI), Duração de Combustão (DC), Índice de Combustão (IC) e Valor de Inflamabilidade (VI). Os valores de inflamabilidade das espécies foram: Protium Heptaphyllum igual a 1 (fracamente inflamável); Caryocar brasiliense Cambess., Byrsonima verbascifolia (L.) DC., Acacia polyphylla e Terminalia argentea Mart. iguais a 3 (inflamáveis); e a espécie Lafoensia pacari igual a 4 (altamente inflamável). Percebeu-se que o teor de umidade das espécies não teve correlação com os valores de inflamabilidade e que outros fatores, como presença de óleos, resinas e gomas vegetais podem influenciar no processo de combustão.

Biografia do Autor

Marcileia Dias de Oliveira, Universidade Federal do Tocantins

Graduada em Engenharia civil - Ceulp-ULBRA (2013); Pós-Graduação em Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade da Construção pelo Instituto de Pós-Graduação - IPOG (2015); Mestranda em Ciências Florestais e Ambientais pela Universidade Federal do Tocantins - UFT.

Josué Luiz Marinho Junior, Universidade Federal do Tocantins

Graduação em Engenharia Civil (2013); Pós-Graduação em Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade da Construção pelo Instituto de Pós-Graduação - IPOG (2015) e Mestrado em andamento na área de Ciências Florestais e Ambientais pela Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais - PPGCFA na Universidade Federal do Tocantins - UFT. 

Angela Helena Silva Mendes Stival, Universidade Federal do Tocantins

Possui graduação em Engenharia Civil pelo Centro de Ensino Superior de Uberaba (2011); Especialização em MBA: Gestão Pública com Ênfase em Desenvolvimento de Projetos - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Marabá, FACIMAB; Mestranda em Ciências Florestais e Ambientais pela Universidade Federal do Tocantins - UFT.

Bárbara Gomes Ferreira, Universidade Federal do Tocantins

Graduação em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Alves Faria - (UNIALFA) (2016), Pós Graduação em Gestão Pública com Ênfase em Desenvolvimento de Projetos - (IEP); Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais (UFT)

Francisca de Cássia Silva da Silva, Universidade Federal do Tocantins

Graduada em Engenharia Florestal - UFT; Mestranda em Ciências Florestais e Ambientais - UFT.

Marcos Vinícius Giongo Alves, Universidade Federal do Tocantins

Graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (2002) e mestrado em Engenharia Florestal (Manejo Florestal) pela Universidade Federal do Paraná (2006), doutorado em Ciências Florestais pela Universidade Federal do Paraná (2010), doutorado em Ambiente e Território pela Università degli Studi del Molise (UNIMOL) - Itália. Atualmente é professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Coordenador do Centro de Monitoramento Ambiental e Manejo do Fogo (CeMAF). Desde 2017 e editor chefe do Journal of Biotechnology and Biodiversity. Tem experiência em projetos de pesquisas nacionais e internacionais nas áreas de inventário florestal, incêndios florestais, manejo florestal e sensoriamento remoto aplicada aos recursos naturais.

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Publicado

2020-12-09

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Artigos