Aplicação do protocolo de seleção de espécies alicerce para restauração ecológica baseada na flora arbórea catalogada em dois parques urbanos em São Paulo – SP, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7925.2021.e84833Palavras-chave:
Conservação, Floresta Atlântica, Floresta Ombrófila Densa, Grupos funcionaisResumo
O Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo (PNMFC) e o Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL) resguardam vegetação nativa e nascentes no ambiente urbano na cidade de São Paulo. Esses remanescentes da outrora Floresta Atlântica que ocupava o município podem ser utilizados como ecossistemas de referência para projetos de restauração ecológica. Este trabalho testou um protocolo para priorização de espécies arbóreas nativas recomendadas para plantio em projetos de restauração ecológica, baseando-se nas espécies arbóreas catalogadas nesses dois parques urbanos. Foram compiladas listas florísticas produzidas nas unidades ou em florestas naturais próximas (75 espécies para o PEAL e 83 espécies para o PNMFC) e, para cada espécie, foi realizada a busca bibliográfica de atributos funcionais, a fim de priorizar aquelas capazes de compor a estrutura do ecossistema e/ou desencadear processos ecológicos importantes para a autossustentabilidade. A base de dados de atributos funcionais foi aplicada num protocolo para o ranqueamento das “espécies alicerce”, para cada unidade de conservação. O protocolo mostrou-se eficaz na seleção das espécies promissoras para projetos de restauração, mas possui como fator limitante a disponibilidade de informações ecológicas sobre as espécies.
Referências
ARZOLLA, F. A. R. D. P. (Coord.). Meio Biótico. ARZOLLA, F. A. R. D. P. (Coord.). In: Parque Estadual Alberto Löfgren: plano de manejo. São Paulo: Instituto Florestal, 2012.
ARZOLLA, F. A. R. D. P.; VILELA, F. E. S. P.; PAULA, G. C. R. de; SHEPHERD, G. J.; DESCIO, F.; MOURA, C. de. Composição florística e a conservação de florestas secundárias na serra da cantareira, São Paulo, Brasil. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 149-171, 2011.
BAITELLO, J. B.; AGUIAR, O. T.; ROCHA, F. T.; PASTORE, J. A.; ESTEVES, R. Estrutura fitossociológica da vegetação arbórea da Serra da Cantareira (SP) – Núcleo Pinheirinho. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 133-161, 1993.
BARBOSA, L. M. (Org.). Lista de espécies indicadas para restauração Ecológica para diversas regiões do estado de São Paulo. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 2017. 344 p. Disponível em: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/institutodebotanica/wp-content/uploads/sites/235/2019/10/lista-especies-rad-2019.pdf.
BRANCALION, P. H. S.; GANDOLFI, S.; RODRIGUES, R. R. Restauração florestal. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. 432 p.
BURILLI, N. G.; REIS, V. R.; SILVA, Y. K. da G. e; IVANAUSKAS, N. M. Base de dados para o protocolo de avaliação das espécies alicerce para restauração ecológica no Parque Estadual Alberto Löfgren e Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo, São Paulo – SP. Figshare. Dataset. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.6084/m9.figshare.16415775.v3.
CANOSA, G. A.; MORAES, L. F. D. Atributos funcionais de espécies da Mata Atlântica: ferramentas para o planejamento ambiental e econômico. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2016. 168 p. (Embrapa Agrobiologia, Documentos, 305).
CHADA, S. S.; CAMPELLO, E. F. C.; FARIA, S. M. Sucessão vegetal em uma encosta reflorestada com leguminosas arbóreas em Angra dos Reis, RJ. Revista Árvore, Viçosa, v. 28, n. 6, p. 801-809, 2004.
MCDONALD, T.; GANN, G. D.; JONSON, J.; DIXON, K. W. International standards for the practice of ecological restoration – including principles and key concepts. Washington: Society for Ecological Restoration, 2016. Disponível em: https://cdn.ymaws.com/www.ser.org/resource/resmgr/custompages/publications/ser_publications/SER_Standards_Portuguese.pdf.
FACHINELLO, J. C.; NACHTIGAL, J. C.; KERSTEN, E. Fruticultura: fundamentos e práticas. Pelotas: UFPEL, 2008. 311 p.
FRISON, S.; ENGEL, V. L.; DURIGAN. G. Critérios para indicação de espécies alicerce para a restauração florestal no estado de são Paulo. In: SIMPÓSIO DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA, V 2013, São Paulo. Anais… São Paulo: Instituto de Botânica, 2013. p. 309-310.
GANDARA, F. B.; KAGEYAMA, P. Y. Indicadores de sustentabilidade de florestas naturais. Serie Técnica IPEF, Piracicaba, v. 12, n. 31, p. 79-83, 1998.
GOOSEM, S. P.; TUCKER, N. I. J. Repairing the rainforest – Theory and practice of rainforest re-establishment in North Queensland’s Wet Topics. Cairns: Wet Tropics Management Authority, 1995. 71 p.
IVANAUSKAS, N. M. A importância da flora regional para o sucesso da restauração florestal. In: MORI, E. S.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M.; FREITAS, N. P.; MARTINS, R. B. (Org.). Sementes florestais: guia para germinação de 100 espécies nativas. São Paulo: Instituto Refloresta, 2012. p. 15-17.
IVANAUSKAS, N. M.; MONTEIRO, R.; RODRIGUES, R. R. Similaridade florística entre áreas de Floresta Atlântica no estado de São Paulo. Brazilian Journal of Ecology, São Paulo, v. 1, n. 4, p. 71-81, 2000.
LEITE, T. S.; ESTEVES, R.; FRANCO, G. A. D. C.; KANASHIRO, M. M.; BAITELLO, J. B.; AGUIAR, O. T.; IVANAUSKAS, N. M. Conservação ex situ: diagnóstico do acervo do Arboreto “Gustavo Edwall” e recomendações de manejo. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 33, p. 17-39, 2021.
LEONEL, C. (Coord.). Plano de manejo do Parque Estadual da Cantareira: resumo executivo. São Paulo: Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 2019. 60 p.
MARÇON, S. L.; FERREIRA, L. G. (Coord.) Agro Legal: orientações, diretrizes e critérios aplicáveis à recomposição da vegetação nativa. São Paulo: Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e Secretaria de Agricultura e Abastecimento, 2021. 152 p. Disponível em: https://www.cdrs.sp.gov.br/portal/themes/unify/arquivos/produtos-e-servicos/MT%20Programa%20Agro%20legal%20web_compressed.pdf.
MARTINS, A. C. S.; LOBÃO, P. S. P. Conflitos socioambientais do Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo. São Paulo: Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, 2011. 44 p.
OLIVEIRA, J. B. Solos do estado de São Paulo: descrição das classes registradas no mapa pedológico. Campinas: Boletim Científico 45, 1999. 112 p.
OLIVEIRA, P. P.; ROCHA, Y. T. Aspectos históricos, físicos e sociais da Área de Proteção Ambiental Parque e Fazenda do Carmo, município de São Paulo (SP). São Paulo: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo & Departamento de Geografia - Universidade de São Paulo, 2007. Disponível em: https://www.geomorfologia.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo5/020.pdf.
PAKKAD, G.; TORRE, F.; ELLIOTT, S.; BLAKESLEY, D. Selecting seed trees for a forest restoration program: A case study using Spondias axillaries Roxb. (Anacardiaceae). Forest Ecology and Management, Ringwood, v. 99, p. 363-70, 2003.
RODRIGUES, E. A.; VICTOR, R. A. B. M.; PIRES, B. C. C.; LUCA, E. F. (Org.). Serviços Ecossistêmicos e Bem-Estar Humano na Reserva da Biosfera do Cinturão verde da Cidade de São Paulo. São Paulo: Instituto Florestal, 2020. Disponível em: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/servicos-ecossistemicos-e-bem-estar-humano-na-reserva-da-biosfera-do-cinturao-verde-da-cidade-de-sao-paulo/.
ROSS, J. L. S.; MOROZ, I. C. Mapa geomorfológico do estado de São Paulo: escala 1:500 000. Vol. 1. São Paulo: FFLCH-USP/IPT/FAPESP, 1997. 64 p.
ROSSI, M.; BERTOLANI, F. C. Levantamento pedológico detalhado da microbacia córrego palmitalzinho e cabeceiras do ribeirão Santo Anastácio, São Paulo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 26, 1996, Rio de Janeiro. Anais… Rio de Janeiro, SBCS. 1997.
TABARELLI, M. Clareiras naturais e a dinâmica sucessional de um trecho de floresta secundária na Serra da Cantareira, SP. 1994. 142 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 1994.
TABARELLI, M.; GASCON, C. Lessons from fragmentation research: improving management and policy guidelines for biodiversity conservation. Conservation Biology, San Francisco, v. 19, p. 734-739, 2005.
VITOUSEK, P. M.; HOOPER, D. U. Biological diversity and terrestrial ecosystem biogeochemistry. In: SCHULZE, E. D., MOONEY, H. A. (Ed.). Biodiversity and ecosystem function. Berlin: Springer-Verlag, 1994. p. 3-14.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Nicolas Giovanny Burilli, Viviane Rodrigues Reis, Natália Macedo Ivanauskas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Esta obra foi licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional - CC BY