A construção da memória positiva da ditadura no Espírito Santo (1964/1985): o papel do empresariado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1806-5023.2019v16n2p67

Resumo

O presente artigo apresenta uma reflexão sobre o papel do empresariado na disseminação de uma memória positiva sobre o período da ditadura militar no Brasil. A pesquisa é de cunho qualitativo e foi realizada a partir da coleta de documentos primários e secundários. A análise verifica que no Espírito Santo o empresariado capixaba teve uma participação efetiva na ditadura militar, a partir da realização dos chamados grandes projetos e por meio deles buscou imprimir no imaginário social uma imagem positiva do governo militar.  

Biografia do Autor

Carolina Julia Pinto dos Santos, Universidade de Vila Velha

Mestrado em Sociologia Politica - História, Sociologia

Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Vila Velha

 

Referências

ANGELO, V. A.; FAGUNDES, P. E. Grandes projetos, grandes esquecimentos: o Espírito Santo entre a modernização conservadora e a repressão política. In: FAGUNDES, P. E; OLIVEIRA, U. J.; ANGELO, V. A. (Org.). O estado do Espírito Santo e a ditadura (1964-1985). 1ªed. Vitória: GM, p. 172-195, 2014.

ALMEIDA, J. R.; ROVAI, M. G. O. (Orgs.). Introdução à história pública. São Paulo, Letra e Voz, 2011.

BOECHAT, L. Entre a memória e o mercado: identidade, (re)significação e cultura empresarial. 1ª ed. Rio de Janeiro: Gramma, 2016.

CAMPOS, P. H. P. A Ditadura dos Empreiteiros: as empresas nacionais de construção pesada, suas formas associativas e o Estado ditatorial brasileiro, 1964-1985. 2012. 584f. Tese (Doutorado em História Social). Programa de Pós-graduação em História Social, Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Rio de Janeiro, 2012.

COUTO, R. C. História indiscreta da ditadura e da abertura: Brasil: 1964-1985. 2ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1999.

FICO, C. Além do Golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Rio de Janeiro: Ed. Record, 2004.

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO. Contando histórias: memórias, contos e “causos” de grandes personalidades que marcaram a história política, econômica, cultural e social do Estado do Espirito Santo e do Brasil. (Org). MORAES, B. A., Vitória: Findes. 2013.

GAGETE, É.; TOTINI, B. Memória empresarial, uma análise de sua evolução. In:

NASSAR, P. (Org.). Memória empresarial: história e comunicação de mãos dadas a construir o futuro das organizações. São Paulo: ABERJE, 2004.

HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Vértice. 2006.

HUYSSEN, A. Seduzidos pela Memória: arquitetura, monumento, mídia. Tradução de Sérgio Alcides. Seleção de Heloísa Buarque de Holanda. 2ªed. Rio de Janeiro: Aeroplano. 2006.

INDÚSTRIA CAPIXABA. Instalado o primeiro encontro regional de técnicos em serviço social., Vitória, dez. 1971, p. 1.

LE GOFF, J. Memória. In: LE GOFF. História e Memória. Campinas: Editora da UNICAMP, 1994. p. 423-483.

LEITÃO, M. Em nome dos Pais. Brasília: Editora Intrínseca, 2017.

LOBO, E. L. História empresarial. In: CARDOSO, C. F; VAINFAS, R. Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

NORA, P. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História. São Paulo: PUC, n. 10, p. 07-28, dez. 1993.

NORA, P. (dir.). Les lieux de mémoire – I: La République. Paris: Gallimard,1984.

OLIVEIRA, U. J. Configuração político-partidária do estado do Espírito Santo no contexto do regime militar: um estudo regional acerca das trajetórias de ARENA e MDB (1964-1982). 2013. 335 f. Tese (Doutorado em Ciência Política) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2013.

PEREIRA, W. P.; MARVILLA, M. Ditaduras não são eternas: memórias da resistência ao golpe de 1964. Vitória: Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, 2005.

POLLAK, M. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3. 1992.

POLLAK, M. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro: CPDOC-FGV, vol. 5, n. 10, p. 200-212, 1992.

PINTO, C. J. Partido dos Trabalhadores: 20 anos. A Institucionalização da Rebeldia. Trajetória no Espírito Santo. A Formação na Cidade de Viana. 2001. 152 f. Monografia (Graduação em História) – Departamento de História, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2001.

THOMPSON, P. A voz do passado: história oral. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

RIBEIRO, F. A. A história da federação das indústrias do estado do Espírito Santo. Vitória: FINDES, 2010.

RICOEUR, P. A memória, a história e o esquecimento. Tradução de Alain Francois. São Paulo: Editora da UNICAMP, 2008.

REIS, D. A. (Coord.). Modernização, ditadura e democracia (1964-2010). São Paulo: Objetiva. Fundação Mapfre. Oficina de Geografia. 2014.

REIS, D. A.; RIDENTI, M.; MOTTA, R. P. S. (Orgs.). A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

SANTOS, A. C. G. Depoimento de Arthur Carlos Gerhardt Santos concedido a Carolina Júlia Pinto dos Santos. Vitória, 2017. Em: abr. 2017.

SANTOS, F. J. Da campanha da legalidade ao golpe de estado de 1964: o estado do Espírito Santo durante o governo de João Goulart (1961-1964). 2013. 190 f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Vitória, 2013.

SIQUEIRA, M. P. S. Industrialização e empobrecimento urbano: o caso da Grande Vitória. 1950-1980. 2ª ed. Vitória: Editora Grafitusa, 2010.

VILLA, M. A. Ditadura à brasileira (1964-1985): a democracia golpeada à esquerda e à direita. São Paulo: LeYa, 2014.

Downloads

Publicado

2019-09-17

Edição

Seção

Artigo