Otto Gross, Max Weber e a erótica livre: salvação intramundana ou revolução sexual?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1806-5023.2021.e73752

Resumo

O objetivo central deste trabalho está posto na reconstrução do “debate indireto” entre Max Weber e Otto Gross, atentando para o contexto de emergência dos movimentos eróticos como, também, para a resposta teórica que cada um dos autores ofereceu aos problemas da liberdade sexual. Intenta-se, neste trabalho, defender a tese de que ambos os autores pretendiam combater o autoritarismo prussiano que se expressava em todas as esferas da vida, pois tanto os textos de Gross quanto a “esfera erótica” de Weber procuraram criticar e propor soluções para os problemas da sexualidade burguesa, só que essas respostas caminhavam por vias opostas.

Biografia do Autor

Caio César Pedron, Universidade Estadual de Campinas.

Doutorando em Sociologia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de Campinas.

Referências

AVIGDOR, Renée; SANTOS, Yumi Garcia dos. Carta a Else Jaffé de 13 de setembro de 1907, de Max Weber. Plural (São Paulo. Online), São Paulo, v. 12, p. 123-132, dec. 2005. ISSN 2176-8099.

BERGER, Peter L. O dossel sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião. Coautoria de Luiz Roberto Benedetti. São Paulo, SP: Edições Paulinas, c1985.

BRUBAKER, Rogers. The Limits of Rationality: An Essay on the Social and Moral Thought of Max Weber. London: Allen & Unwin, 1984.

CHECCHIA, Marcelo. Otto Gross, um psicanalista anarquista (biografia resumida). In: GROSS, Otto. Por uma psicanálise revolucionária. [Organização Marcelo Checchia, Paulo Sérgio de Souza Jr., Rafael Alves Lima]. São Paulo: Annablume, 2017.

CROMBERG, Renata U. O amor que ousa dizer seu nome: Sabina Spielrein - pioneira da psicanálise. 2008.f.549. Tese (Doutorado em Psicologia) Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

ELIAS, Norbert. Os alemães: a luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos XIX e XX. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar, 1997.

ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do estado. Tradução de Leandro Konder. Posfácil de Aparecida Maria Abranches. Pesquisa de Lewis Henry Morgan. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: BestBolso, 2016.

GROSS, Otto. Por uma psicanálise revolucionária. [Organização Marcelo Checchia, Paulo Sérgio de Souza Jr., Rafael Alves Lima]. São Paulo: Annablume, 2017.

GREEN, Martin Burgess. Mountain of truth: the counterculture begins, Ascona, 1900-1920. Hanover, N.H.: Tufts University: University Press of New England, 1986.

HEUER, Gottfried. Sexual Revolutions: Psychoanalysis, History and Father. Routledge: England (USA), 2011.

HUGHES, H. Stuart. Consciousness and society: the reorientation of European social thought 1890-1930. Brighton: Harvester Sussex, c1979.

JAMESON, F. The Vanishing Mediator: Narrative Structure in Max Weber. New German Critique, (1), 52-89. doi:10.2307/487630.1973.

KENT, Stephen. Weber, Goethe, and William Penn: Themes of Marital Love. Sociological Analysis, 46(3), 315-320. 1985.

KRAUS, Karl. Aforismos. [tradução e org. Renato Zwick] - Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2010.

MANNHEIM, Karl. "O problema sociológico das gerações" [tradução: Cláudio Marcondes], In Marialice M. Foracchi (org), Karl Mannheim: Sociologia, São Paulo, Ática, 1982, pp. 67-95.

OLENHUSEN, Albrecht Götz von. Sigmund Freud, Max Weber and the sexual revolution. In: HEUER, Gottfried. Sexual Revolutions: Psychoanalysis, History and Father. Routledge: England (USA), 2011.

OSTRONOFF, Leonardo. Vida e Obra do Amor em Max Weber. In: TONKONOFF, Sergio. (Ed.), Pensar lo social: Pluralismo teórico en América Latina. CLACSO, 2018, pp.77-92. Disponível em: Acesso em 17/08/2020.

PIERUCCI, Antônio. Secularização em Max Weber: Da contemporânea serventia de voltarmos a acessar aquele velho sentido. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo, v. 13, n. 37, p. 43-73, June 1998.

POLLACK, Michael. Max Weber: Elementos para uma biografia sócio-intelectual. Estudos de Antropologia Social – MANA, n.1, v.1, 1996.a.

RADKAU, Joachim. Max Weber: a biography. Tradução de Patrick Camiller. Cambridge U.K.: Polity, c2009.

SCHLUCHTER, Wolfgang. Weber’s Sociology of Rationalism and Typology of Religious Rejections of the World. In: MAX Weber, rationality and modernity. Edição de Scott Lash, Sam Whimster. London: Routledge, 2006.

SCHWENTKER, Wolfgang. A Paixão como um modo de vida: Max Weber, o círculo de Otto Gross e o erotismo. Revista Brasileira de Ciências Sociais. n.32, ano 11, outubro, 1996.

WEBER, Marianne. Excerpt from “Authority and Autonomy in Marriage. In: Lengermann, Patricia Madoo; Niebrugge, Gillian. The Women Founders: Sociology and Social Theory 1830–1930. New York: Waveland Press.1998. Edição do Kindle.

WEBER, Max. Ética religiosa e “mundo” in: WEBER, Max. Economia e sociedade. 3.ed. Brasília, DF: Editora da UnB, 1994. 1v.

WEBER, Max. Ética Econômica das Religiões Mundiais: Ensaios comparados de sociologia da religião. Vozes, 2016.

WEBER, Max. Entre duas leis. In: WEBER, Max. Escritos Políticos. [Coleção Folha. Grandes nomes do pensamento v.19], São Paulo: Folha de S.Paulo. 2015.b.

WEBER, Max. Letters from Ascona. In: WHIMSTER, Sam (org.). Max Weber and the culture of anarchy. Coautoria de Sam Whimster. Houndmills, Basinstoke, Hampshire: Palgrave Macmillan, 1999.

WEBER, Max. O Caráter Nacional e os “Junkers” in: WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. São Paulo: LTC, 1982.

WEBER, Max. O Estado-nação e a política econômica. WEBER, Max. Escritos Políticos. [Coleção Folha. Grandes nomes do pensamento v.19], São Paulo: Folha de S.Paulo. 2015.a.

Downloads

Publicado

2021-02-10

Edição

Seção

Artigo para Dossiê