É Angola ou Regional? Os Estilos de Capoeira como Estéticas da Diáspora Africana

Autores

  • Ettore Schimid Batalha Secretaria Estadual de Educação de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/1806-5023.2022.e83616

Palavras-chave:

Capoeira, Diáspora, Estilo, Política, Estética

Resumo

O presente artigo pretende visualizar a reinscrição da capoeira na modernidade, estabelecendo os estilos de capoeira como construções estéticas afro-diaspóricas. A partir da análise das características provenientes das formas de se jogar capoeira, sob o prisma dos principais conceitos dos estudos da Diáspora e da teoria Pós-Colonial, demonstraremos como a capoeira se desenvolveu sob os nomes Angola e Regional, com seus autores, mestres Pastinha e Bimba, protagonizando suas projeções nacionais e transnacionais.Tais estilos, e seus criadores, foram responsáveis por modificar a condição da capoeira no século XX, e traçaram seu desenvolvimento a partir de pedagogias diaspóricas que a definiam no campo da cultura popular negra ao mesmo tempo em que traduzia-se como elemento de identidade nacional para sua política de reconhecimento.

 

Referências

ACUÑA, Mauricio. The Berimbau’s Social Ginga: Notes towards a comprehension of agency in capoeira. Rio de Janeiro: Revista de Sociologia e Antropologia. 2016(págs. 383-405).

AREIAS, Almir das. O que é Capoeira. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983.

BATALHA, Ettore S. A Tradução da Mandinga: Processo de Reinterpretação da Capoeira em São Paulo durante a Ditadura Militar - Dissertação de Mestrado: São Carlos: UFSCar. 2018.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo:Martins Fontes, 2003.

BHABHA, Homi K. O Local da Cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG,1998.

BRASIL. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- IPHAN. Inventário para Registro e Salvaguarda da Capoeira como Patrimônio Cultural do Brasil. Brasília, 2007.

BRASIL. Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira. Brasília, 2014.

CASTRO, Maurício Barros. Berimbau: A Influência da Capoeira nas Canções Inspiradas no Nacional-Popular (1963-1972). São Paulo: Revista Oralidades, 3. 2008 (págs. 125-139).

COSTA, Lamartine Pereira. Capoeira Sem Mestre. Rio de Janeiro: Editora Ediouro. 1964.

COSTA, Sérgio. Dois Atlânticos: Teoria Social, Anti-racismo, Cosmopolitismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

D’ÁVILA, Jerry. Diploma de brancura: política social e racial no Brasil:1917-1945. São Paulo: Editora da UNESP, 2006.

DUBOIS, W.E.B. As Almas do Povo Negro. São Paulo: Martins Fontes, 2021

GILROY, Paul. O Atlântico Negro. Modernidade e dupla consciência. São Paulo, Rio de Janeiro: Editora 34/Universidade Cândido Mendes – Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2001.

GOULART, Luiz Fernando. Mestre Bimba: A Capoeira Iluminada. Documentário. Brasil: Lúmen Produções, 2005 (78 min).

GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Como trabalhar com “raça” em sociologia. In: Educação e Pesquisa. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1983.

HALL, Stuart. Da Diáspora: Identidade e Mediações Culturais. Minas Gerais: Editora UFMG, 2003.

HOROWITZ, Maryanne Cline (Org). New Dictionary of History of Ideas. Occidental College University of California, Los Angeles, 2005.

MURICY, Antônio Carlos. Pastinha! Uma Vida Pela Capoeira. Documentário. Brasil, 1998 (52 min).

ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira e Identidade Nacional. Rio de Janeiro: Editora Brasiliense, 2011.

REGO, Waldeloir. Capoeira Angola: Ensaio Sócio-Etnográfico. Salvador: Editora Itapoan, 1968.

REIS, Leticia Vidor de Souza. O Mundo de Pernas Para o Ar: A Capoeira No Brasil. Curitiba: Editora CRV, 2010.

VIEIRA, Luis Renato. O Jogo da Capoeira: Cultura Popular no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Sprint. 1995.

Downloads

Publicado

2023-02-14