Conflitos identitários no oeste baiano: construção simbólica do imaginário colonial na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.5007/1806-5023.2023.e90763Palavras-chave:
Migração, Territorialidade, Representação, IdentidadeResumo
As inúmeras transformações ocorridas no Oeste da Bahia, proporcionadas pela introdução de uma agricultura moderna e a formação de dicotomias sociais em parte do espaço agrícola, foi o estímulo inicial que levou ao desenvolvimento deste trabalho. Neste estudo, externa-se a colonização derivada da migração sulista nas décadas de 1970 e 1980 com a construção simbólica do imaginário colonial na contemporaneidade, expondo diversas frentes de mobilidade social e processos migratórios diferenciados, promovendo processos de segregação e preconceito no território. O objetivo principal é o de estabelecer uma discussão pertinente sobre como este imaginário foi construído e como a propaganda do local como espaço de oportunidades foi edificado e registrado na história a partir das fontes diversas, dos relatos em entrevistas, das cartas e documentos oficiais na construção negativa da imagem do nordestino em contraponto ao ideário do pioneirismo nas terras do cerrado.
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