"As almas da nação": o espiritismo, a geração de 1870 e as "questões sociais" na passagem do império para a República no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5007/1806-5023.2023.e94126Palavras-chave:
Espiritismo, abolicionismo, republicanismo, vanguardas, BrasilResumo
O espiritismo é uma doutrina filosófico-religiosa que surge em 1857 na França, com a publicação do Livro dos Espíritos por “Allan Kardec”, pseudônimo do pedagogo francês Hippolyte-Léon Denizard Rivail. O objetivo deste artigo é identificar como se deu o surgimento do movimento espírita no Brasil e qual sua relação com as mudanças políticas e culturais que o país enfrentou especialmente pós-1870, período conhecido como as “questões sociais” do século XIX: especificamente, o abolicionismo e o republicanismo. Trabalharemos a relação entre os espíritas e o movimento espírita com essas questões, assim como o contato de setores da nossa intelligentsia - envolvidos nas lutas por implementar essas mudanças - e o espiritismo, por meio do estudo dos textos, livros e artigos de autores espíritas e de estudiosas(os) do tema que abordam o momento histórico em questão. Argumentamos que esse contato foi importante para essas vanguardas devido ao movimento espírita ter fornecido não só suporte ideológico e doutrinário, mas também por ter sido o um lugar de encontro de intelectuais das mais variadas tendências – e mesmo partidos políticos – que buscavam as contribuições doutrinárias do espiritismo para as lutas a que se engajavam.
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