Tensões e transformações das ordens religiosas no Brasil: da crise imperial ao projeto missionário na República
DOI:
https://doi.org/10.5007/1806-5023.2023.e94147Palavras-chave:
Ordens e congregações religiosas., Missões católicas., Políticas republicanas., Progresso e civilização., História política.Resumo
A partir da instituição da República, uma nova conjuntura emerge para as ordens regulares brasileiras. Se por um lado o fim do regime de padroado determinou a separação entre o poder civil e o religioso, limitando a ação financeira dessas instituições, por outro, adquiriram juridicamente uma liberdade para encontrarem um novo meio de atuação na estrutura social e política dos primeiros anos do século XX. O caminho encontrado pela maioria das congregações foi a promoção de missões no interior do país, especificamente a região norte. Para além do propósito de “salvar almas pagãs”, essas ações missionárias se tornaram projetos políticos coordenados por devoções europeias para atenderem os imperativos de progresso e civilização do novo governo republicano. O que será apresentado neste artigo é um esforço reflexivo para analisar as condições de possibilidades de emergência que legitimaram e consolidaram as missões católicas no interior do Brasil, objetivando problematizar as rupturas, rearticulações e reajustamentos das ações missionárias às conjunturas discursivas dos primeiros anos da política republicana a partir dos domínios da História Política.
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